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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S324-S325 (Outubro 2021)
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PACIENTES ONCOLÓGICOS E AS COMPLICAÇÕES NOS TESTES IMUNO-HEMATOLÓGICOS
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RA Cardosoa, AC Silvab, SL Bonifácioa, FO Carvalhoc, LMD Santosb, JAD Santosa, RAD Juniora, V Rochaa, A Mendrone-Juniora, CL Dinardoa
a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
b Fundação Faculdade de Medicina, São Paulo, SP, Brasil
c Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos

As amostras de pacientes oncológicos representam um sério problema nos testes pré-transfusionais devido a inúmeros problemas como utilização de medicamentos, novos anticorpos monoclonais que estão sendo amplamente utilizados nos tratamentos, produção de proteínas em excesso além do descontrole imunológico em determinados diagnósticos. Estar atento a todo esse cenário, bem como conhecer as ferramentas/limitações para o estudo imuno-hematológico é de suma importância para evitar possíveis erros na determinação do grupo sanguíneo/identificação de anticorpos irregulares e consequentemente liberação de unidades compatíveis. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a utilização de diferentes técnicas de eluição, descrevendo o relato de um caso de uma discrepância ABO devido à presença de autoanticorpos anti-B.

Material e métodos

Os testes pré-transfusionais foram realizados utilizando a metodologia de aglutinação em coluna automatizada (Gel teste, Erytra/Eflexis®, Grifols). Para a determinação do grupo sanguíneo foi utilizado DG Gel ABO-Rh (2D) e Serigrup Diana A1/B. A pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) foi realizada utilizando reagentes de hemácias e cartões DG LISS/Coombs. Para a identificação de anticorpos irregulares, foram utilizados o Identisera Diana/Extend e Diana P/EXtend P. Foi utilizado como primeira técnica de eluição, o kit de eluição ácida Gamma ELU-KIT® e como técnica complementar o método de eluição por congelamento/descongelamento LUI.

Resultados

Paciente E.C.V., 74 anos, diagnóstico de Leucemia linfoide crônica no passado e atualmente Linfoma de células B. Apresentou na tipagem sanguínea direta provável grupo sanguíneo AB, no entanto, a prova reversa demonstrou a presença de anticorpos reativos com as hemácias B. Teste da antiglobulina direto (TAD) positivo. O estudo do eluato utilizando Gamma ELU-KIT® não demonstrou a presença de anticorpos. Devido à discrepância entre tipagem direta e reversa, estudos complementares foram realizados, incluindo pesquisa de subgrupo ABO, prova reversa com outras hemácias fenótipos A e B, identificação de anticorpos irregulares pesquisando possíveis anticorpos frios reativos a temperatura ambiente e pesquisa de anticorpos contra antígenos de baixa frequência populacional, além de uma nova e minuciosa avaliação dos dados clínicos do paciente, enfatizando o histórico transfusional prévio e/ou transplantes de medula óssea e a confirmação da medicação em uso. Os resultados demonstraram positividade somente com as outras hemácias B testadas, tendo como hipótese prováveis autoanticorpos com especificidade anti-B. Todas as demais hipóteses laboratoriais e clínicas foram afastadas. Para confirmação do autoanticorpo anti-B, foi utilizado adicionalmente a técnica de eluição por congelamento/descongelamento LUI, que demonstrou a presença dos autoanticorpos anti-B ligados às hemácias do paciente.

Conclusão

Discrepância ABO devido à presença de autoanticorpos anti-B no soro de paciente oncológico. A técnica de eluição por congelamento/descongelamento LUI foi essencial para a confirmação do autoanticorpo. Uma técnica extremamente simples, particularmente recomendada para dissociação dos anticorpos anti-A e anti-B e pode ser facilmente implementada em todos os laboratórios de Imuno-hematologia. O caso descrito enfatiza a necessidade da utilização de diferentes métodos complementares para conclusão dos casos imuno-hematológicos, aumentando a segurança transfusional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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