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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S378 (Outubro 2021)
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OTIMIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DO ESTOQUE DE PLASMA FRESCO CONGELADO EM UM BANCO DE SANGUE DE SÃO PAULO
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LD Santos, ML Savioli, MG Aravechia, M Facheti, LYL Myazi, AB Franco, JK Pereira, RME Silva, JM Kutner
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

O controle de estoque de hemocomponentes é um desafio para os bancos de sangue. Consiste na manutenção de um estoque adequado, sem escassez e minimizando descartes, que geram custos desnecessários aos centros produtores. Dentre os hemocomponentes para fins transfusionais, o plasma fresco congelado (PFC) é um produto de indicação mais restrita. Embora possa ser substituído por hemoderivados em pacientes com determinadas situações clínicas, ainda é necessário mantê-lo em estoque, principalmente nos casos de pacientes com púrpura trombocitopênica trombótica e em pacientes submetidos a transfusões maciça. Segundo dados da ANVISA de 2018, apenas 10% das transfusões no Brasil são relacionadas a PFC, porém sua produção envolve um alto custo com equipamentos e mão de obra especializada.

Objetivo

Estabelecer um modelo de dimensionamento de estoque de PFC por tipo sanguíneo afim de evitar escassez e produção excessiva.

Material e métodos

O estudo foi conduzido no Departamento de Hemoterapia e Terapia Celular do Hospital Israelita Albert Einstein. Realizada uma análise retrospectiva do consumo de 7752 PFCs entre o período de janeiro de 2017 a dezembro de 2019. Para o cálculo do novo estoque foi utilizado limite de normalidade de 95%, 99% e 99,9% de acordo com o grupo sanguíneo. Com isso, avaliamos a capacidade de atender a demanda no ano de 2021 e qual seria a redução do estoque em relação ao nosso estoque atual.

Resultados

A distribuição do consumo por grupo sanguíneo foi 38,8% A, 15% B, 8% AB e 38,2% O. A média mensal de PFCs utilizados no período analisado foi de 215,3 unidades (62 – 654). Para o grupo sanguíneo A, foi utilizado o limite de normalidade de 99% para o estoque mínimo e de 99,9% para o estoque máximo, 263 e 322 unidades, respectivamente. Já para os tipos B e O, foram utilizados os limites de normalidade de 95% para o estoque mínimo e de 99% para o estoque máximo. Os estoques mínimo e máximo foram de 147 e 195 para tipo B e 246 e 314 para O. Para o grupo sanguíneo AB, apenas o estoque mínimo foi calculado com limite de normalidade de 99,9%, 87 unidades.

Discussão

Optamos por não estabelecer um limite máximo para o estoque do grupo sanguíneo AB por ser o tipo universal. Para o estoque de A, optamos por definir limite mínimo e máximo mais alto do que do estoque de B e O, pois é o tipo sanguíneo de plasma mais transfundido no nosso serviço, e é compatível com as hemáceas do 2 tipo mais transfundido. Com base no histórico de consumo dos anos de 2017 a 2019 e pensando apenas em transfusões isogrupo, com os novos limites de estoque, teríamos plasma suficiente para atender a demanda transfusional do tipo AB, em 99,9% dos meses, para o tipo A em 99 a 99,9% dos meses e para tipo B e O em 95 a 99% dos meses. O consumo médio de plasma nos 7 primeiros meses do ano de 2021 foi de 174 unidades (46 – 406). Com o novo estoque de PFC seria possível suprir a demanda mensal. Excluindo o tipo sanguíneo AB e utilizando os limites máximos dos outros grupos, o novo estoque teria 831 unidades de plasma, uma redução de 34% em comparação com nossa média de estoque atual, de 1260 unidades.

Conclusão

Uma medida simples, baseada em limites de normalidades de uma análise retrospectiva de 3 anos, foi suficiente para estabelecer limites de produção de PFC, reduzindo custos desnecessários associados ao congelamento, armazenamento e manutenção de estoques superdimensionados, associado a manutenção de um estoque suficiente para atender a demanda.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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