Investigar a influência dos conhecimentos adquiridos em uma instituição de ensino superior no interior da Bahia na frequência de doações de sangue.

Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa cuja fonte de dados foi um formulário online da Plataforma formulários Google. Participaram da pesquisa 105 estudantes do primeiro ao sexto ano do curso de medicina de uma Universidade Pública da Bahia.

Dentre os 105 participantes da pesquisa, 32,4% (n = 34) já doaram sangue, sendo que a maioria destes é do sexo feminino (58%). Apenas 3,8% (n = 4) dos entrevistados já necessitaram da doação de sangue, enquanto que 35,2% (n = 38) dizem ter pelo menos um familiar que já precisou de doação. Entre os doadores, 44,1% (n = 15) afirmam que os conhecimentos adquiridos na graduação influenciaram tal conduta. No que tange a motivação para doar sangue, destacam-se campanhas na universidade (41%; n = 14) e o desejo de ajudar alguém próximo (29,4%; n = 10).

O sangue é um tecido líquido humano, em sua essência, insubstituível, e sua doação é fundamental para salvar centenas de vidas diariamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apenas 1,8% da população mundial é doadora de sangue, ao passo que o ideal seria de 3% a 5%, acarretando em sérias consequências no atendimento à saúde. Apesar do acesso facilitado às informações nos dias atuais, há ainda considerável desconhecimento e alguns equívocos sobre o processo de doação de sangue que impedem que esse número de doadores seja ainda maior. Nesse sentido, nota-se, através dessa pesquisa, que as atividades de ensino desenvolvidas nessa Universidade Pública do interior da Bahia, em especial no curso de Medicina, representam um componente essencial na motivação da prática de doar sangue, bem como amplificam informações consistentes acerca dessa prática. De fato, o ambiente acadêmico favorece o desenvolvimento de trabalhos de ensino e extensão que trazem esse tema constantemente para ser discutido, mostrando o quanto o processo de doar é simples, tem um risco baixo envolvido e pode salvar um número grande de pessoas que necessitam todos os dias desse componente vital. Fica evidente, assim, que, entre os vários fatores que motivam os indivíduos a comparecerem aos hemocentros para doação, como campanhas de bancos de sangue, vontade própria, desejo de ajudar algum familiar ou amigo, a inserção em um cenário de conhecimentos, como a Universidade, tem também um valor muito importante.

Dessa maneira, deve-se incentivar, por meio de ligas acadêmicas, projetos de extensão e atividades curriculares, o desenvolvimento de atividades que aumentem o conhecimento sobre o processo de doação de sangue, tendo em vista o caráter propagador de boas condutas do ambiente universitário. Nota-se, com essa pesquisa, que essas medidas trazem resultados satisfatórios, além de envolver futuros responsáveis pela orientação da população sobre medidas de saúde.