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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S512 (Outubro 2021)
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NEUTROPHIL EXTRACELLULAR TRAPS E COVID-19
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APH Yokoyamaa, CB Buba, APF Damettoa, AM Sakashitaa, TH Costaa, LD Santosa, BMM Fonsecab, GV Damianib, FLA Orsib, JM Kutnera
a Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 43. Núm S1
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Introdução

A participação de NETs (neutrophil extracellular traps- NETs- redes extracelulares de neutrófilos) na fisiopatogenia da COVID19 já foi descrita, especialmente nos casos graves de infecção por SARSCoV2, em que se destacam a inflamação sistêmica e imunotrombose culminando com injúria tecidual  e insuficiência respiratória.  Sabe-se que o estado protrombótico  já nas fases iniciais da COVID19 deve-se em parte à formação de NETs em resposta à inflamação sistêmica desencadeada pela infecção viral  Avaliamos  55 casos de pacientes com diagnóstico de pneumonia grave por COVID19 e mensuramos marcadores de NETose à admissão hospitalar e alta, a fim de identificar associações entre NETs e melhora clínica.

Materiais e métodos

Avaliamos marcadores de  NETs (H3 citrulinado por ELISA (clone 11D3, ELISA, Cayman  e DNA livre pela técnica de PicoGreen (dsDNAAssay Kit (ThermoFisherScientific, EUA) no D0 (admissão no protocolo),D5 e alta em 55 pacientes com diagnóstico de pneumonia grave por SARSCoV2 (de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, definida por saturação em ar ambiente < ou igual a 93%, e/ou frequência respiratória igual ou superior a 30), admitidos à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital terciário em São Paulo, SP. O acompanhamento desses pacientes foi feito desde a admissão até a alta, a fim de  correlacionar NETs no D0 (dia de inclusão no protocolo) e melhora clínica  (definida por redução de 2 ou mais pontos na escala ordinal de gravidade da Organização Mundial de Saúde) desde a admissão até o D14 de internação hospitalar. Para as análises simples, foram realizados testes de MannWhitney e t de student e para as análises múltiplas, foram realizadas regressões logísticas.

Resultados

Observamos que os níveis de H3 citrulinado sofrem uma ascensão do D0 para o D5, com posterior queda no momento alta, de maneira estatisticamente significativa (p = 0,025);  evidenciando que a formação de NETs e sua queda acompanham o curso clínico da COVID19. Nas análises univariadas, observou-se associação significativa entre níveis de H3 citrulinado no D0 e melhora clínica (p=0.03), sendo que pacientes com melhora clínica têm níveis mais baixos de H3 citrulinado do que pacientes sem melhora clínica. Outras variáveis preditoras de melhora clínica nesta análise foram idade (p = 0.014) e escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) no D0 (p < 0.001). Entretanto, nas análises múltiplas, apenas o score de SOFA (OR = 0,2, IC95%:0,05-0,84, p = 0.028) manteve esta associação.

Discussão e conclusão

A associação entre NETs e fisiopatologia da COVID19 já foi descrita em alguns cenários, bem como correlacionados os marcadores de NETose à gravidade da doença. Os achados do presente estudo sugerem que a formação de NETs acompanha o curso clínico da COVID19. A intensidade da NETose no início da doença parece ser um parâmetro preditor de melhora clínica, porém, são necessários mais estudos para afirmar esta hipótese.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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