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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S94-S95 (Outubro 2021)
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MÚLTIPLAS FRATURAS EM PACIENTE COM LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B
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1730
MB Sampaio, BP Bernardes, IG Rodrigues, RG Cotta, WCJ Pereira, IR Silva, IV Aguiar, ICO Leal, AA Ferreira, STF Grunewald
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
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Introdução

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) consiste na proliferação difusa de células linfoides do tipo B e se manifesta como uma massa tumoral de crescimento rápido em linfonodos ou sítios extra nodais. É o linfoma não Hodgkin mais frequente (30 a 40% dos casos), e atinge geralmente maiores de 60 anos. O diagnóstico baseia-se na análise morfológica dos linfócitos B e na biópsia das estruturas acometidas.

Relato de caso

Paciente de 53 anos, sexo feminino, diagnosticada com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) em região maxilar (estadiamento: Ann – Abor IVA / IPI 4 / CNS-IPI 5 alto risco / NCCN-IPI 6) por imunohistoquímica (tipo células B não centro germinativo, índice de proliferação celular de 95%, com expressão para BCL-2 e C-MYC, ausência de BCL-6, CD20 positivo). Foi admitida no pronto atendimento por queda de própria altura prévia ao início de quimioterapia (QT), detectando-se fraturas de diáfise de fêmur esquerdo e úmero direito, com necessidade de osteossíntese cirúrgica. Durante a internação, a paciente evoluiu com síndrome medular com nível sensitivo em T12. A TC de coluna lombar e torácica mostrou lesão lítica permeativa comprometendo a medula do corpo vertebral e elementos posteriores à direita no nível T12. Assim, optou-se pela realização de artrodese e biópsia da lesão. Evoluiu ainda com fratura de rádio e ulna esquerdas, sendo submetida a nova osteossíntese cirúrgica. A TC de crânio mostrou volumosas lesões osteolíticas em osso occipital. Na TC de pescoço foi encontrada uma volumosa lesão sólida, osteodestrutiva, com isocentro maxilar à esquerda, sem plano de clivagem com a musculatura.

Discussão

Todos os linfomas podem envolver os ossos, como lesão única ou como parte de uma doença disseminada, sendo que tal acometimento corresponde a 7% das malignidades ósseas e 5% dos linfomas extra nodais. Fraturas patológicas (FP) encontram-se entre as possíveis apresentações, ocorrendo em 10-15% dos pacientes com LDGBC ósseo, representando um fator independente de pior prognóstico, de modo que sua correta abordagem se mostra essencial para obtenção de melhores desfechos. Apesar de comuns nos linfomas ósseos primários, FP no esqueleto apendicular são extremamente raras na doença disseminada com envolvimento ósseo secundário. O tratamento cirúrgico das fraturas volta-se para a estabilização, prevenção de futuros acometimentos ósseos e melhor qualidade de vida. Pacientes com FP devem ser tratados como LDGBC nodal, incluindo QT com antraciclinas, seguida por radioterapia do osso fraturado. Diante da raridade do caso relatado e do pior prognóstico, esse relato se mostra fundamental para atentar ao envolvimento ósseo no LDGBC e prevenção de complicações futuras.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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