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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S321 (Outubro 2023)
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LINFOMA DE HODGKIN – A EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE HEMATOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DAS FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP
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LP Menezes, MT Souza, IA Campinas, RO Coelho, BB Cal, ME Pelicer, BB Arnold, ACB Sibar, TSP Marcondes, RD Gaiolla
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
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Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

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Introdução

O linfoma de Hodgkin (LH) apresenta grande potencial curativo. No entanto, até 30% dos pacientes podem apresentar recidivas, especialmente aqueles em estádio avançado. A despeito dos avanços no tratamento com diretrizes baseadas na resposta ao PET-CT, propostas de intensificação de tratamento e incorporação de novas moléculas ao cenário de primeira linha, a abordagem do paciente com LH no Brasil ainda é muito heterogênea, especialmente no sistema público de saúde, aonde o acesso ao tratamento e à tecnologia é restrito. Apresentamos a experiência de tratamento do LH em um Hospital Universitário do no Sistema Único de Saúde e de grande abrangência populacional no interior estado de São Paulo.

Método

Estudo de coorte retrospectivo incluindo todos os pacientes diagnosticados no Serviço de Hematologia do HCFMB entre 2009 e 2020.

Resultados

Foram incluídos 83 pacientes, com idade mediana de 32 anos (16-79) sendo 18 (21,6%) acima de 60 anos e 53% sexo masculino. O tempo mediano entre início dos sintomas e primeira consulta foi de 5 meses (1-24). Ao diagnóstico, 26% apresentavam bulky mediastinal, 65% sintomas B e a maioria em estádio avançado (21% estádio III e 31% estádio IV). Na estratificação por grupos de risco 9% eram precoce favorável, 28% intermediário e 63% avançado. ABVD foi o tratamento de escolha em 84% e AVD em 14,5% e apenas um paciente não recebeu tratamento. 83% atingiram resposta completa e 7% resposta parcial. Radioterapia foi realizada em 47% dos casos, a maioria em estádio precoce e com dose mediana de 36Gy. A mediana de seguimento é de 67 meses (1-167), com sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) estimadas aos 5 anos de 75,6% e 89%, respectivamente. Quando estratificados por grupos de risco a SLP aos 5 anos é de 100%, 95,7% e 62,8% (p = 0,021) e a SG é de 100%, 95,7% e 84% para precoce, intermediário e avançado, respectivamente (p = 0,59). A análise multivariada ajustada para estratificação de risco, idade, sexo e tempo de sintomas mostrou a idade como fator de risco independente para menor SG. Seis pacientes (7%) faleceram durante o tratamento, a maioria por infecção.

Discussão e conclusão

Apresentamos dados de 11 anos de experiência de um Hospital Universitário referência em Onco-Hematologia e que realiza tratamentos exclusivamente pelo SUS. Destaca-se que a maior parte dos pacientes se encontra em estádio avançado, com sintomas B e em categoria de alto risco ao diagnóstico. Há uma alta frequência de pacientes acima de 60 anos que perfazem 21,6% da coorte. Embora a radioterapia seja mais prevalente nos estádios precoces, a dose mediana praticada é superior àquela recomendada pelos guidelines internacionais. Os desfechos de SLP são excelentes e comparáveis para os estádios precoce e intermediário. Estádios avançados apresentam SLP significativamente inferior aos 5 anos. A SG não apresenta diferença estatística entre os grupos de risco, embora numericamente seja inferior no estádio avançado e isso pode ser explicado pelo menor tamanho amostral da coorte estudada. O perfil de pacientes do HCFMB é compatível com aquele descrito no Registro Brasileiro de Linfoma de Hodgkin. A análise de casuística própria é de grande importância para o conhecimento da realidade do serviço e para que sejam propostos adequações e investimentos em ações de mudança.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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