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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S78 (Outubro 2021)
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LINFOMA ANAPLÁSICO DE GRANDES CÉLULAS ASSOCIADO A IMPLANTE MAMÁRIO
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MHS Durãesa, CC Sartórioa, FSB Ferreirab, D Escorciob, RFP Mendesb, LKA Rochab, FD Xaviera,b
a Hospital Universitário de Brasília, Brasília, DF, Brasil
b Hospital Sírio Libanês, Brasília, DF, Brasil
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Introdução

O Linfoma Anaplásico de Grandes Células Associado a Implante Mamário (em inglês BIA-ACLC) é uma um linfoma T raro recentemente descrito pela Organização Mundial de Saúde. Até janeiro de 2020, um total de 733 casos foram descritos no mundo. Existem algumas limitações na definição epidemiológica desta patologia, como a falta de dados da prevalência de mulheres com implante mamário, o tipo de implante utilizado, a avaliação do total de eventos adversos associado a implante mamário – tais limitações dificultam estimar a incidência e risco de desenvolver esta patologia. Até o momento, praticamente todos os casos descritos estão associados a implantes texturizados, com sintomas que se desenvolvem de 5 a 22 anos após o implante. O diagnóstico é baseado em história clínica com efusão, massa, aumento de volume, dor, rash ou úlcera cutânea em mama após mais de 1 ano do implante e deve ser confirmado com citologia e imunofenotipagem por citometria de fluxo do seroma e/ou imuno-histoquíica.

Exposição do caso

Paciente com prótese mamária com diagnóstico de BIA-ALCL. Paciente do sexo feminino, 60 anos, realizou implante mamário adicional em 2012, com troca de implante por prótese mamária texturizada em 2016. Dois anos após a troca, notou aumento da mama esquerda, sem outros sintomas associados. Realizou mamografia com alteração classificada como BI-RADS 6, com evidência de coleção peri-implante. Realizou PET-CT em que foi observado metabolismo periférico (SUV 1,9) na coleção líquida encapsulada envolvendo toda a prótese mamária esquerda, sem outros pontos de captação. Foi submetida a punção por agulha fina do seroma com evidência de alta celularidade com linfócitos atípicos, exame imuno-histoquímico evidenciou grandes células atípicas positivas para CD2, CD4, CD30, CD43, TIA-1, e negativo para CD3, CD5, CD7, CD20, PAX-5, ALK, compatível com o diagnóstico de BIA-ACLC. A paciente foi submetida a exérese das próteses com capsulectomia bilateralmente, sem necessidade de tratamento sistêmico, e mantém sem recidiva do linfoma após 1 ano de seguimento.

Discussão/Conclusão

O BIA-ACLC é um linfoma não-Hodgkin de células T raro, que acomete mulheres com uso de prótese mamária com uma mediana de 8 a 11 anos após o implante. A doença geralmente é diagnosticada em estádio clínico precoce e tem curso indolente, apesar de haver relatos de casos com doença disseminada. No caso de doença localizada, medida conservadora com retirada da prótese é a chave do tratamento. Em casos avançados, além da exérese da prótese, recomenda-se também tratamento sistêmico com quimioterapia com regimes a base de antracíclicos (CHOP ou CHOEP), podendo ser considerado imunoterapia com anti-CD30 brentuximabe e radioterapia local para doença residual. O presente caso ilustra um caso de doença localizada de característica indolente, com tratamento cirúrgico, mostrando que esta patologia deve ser lembrada como diagnóstico diferencial de seromas que se desenvolvem associados a implante mamário.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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