Compartilhar
Informação da revista
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S428-S429 (Outubro 2023)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S428-S429 (Outubro 2023)
Acesso de texto completo
LINFADENOPATIA PERSISTENTE APÓS VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 SIMULANDO RECORRÊNCIA DE LINFOMA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
Visitas
225
HGB Coelhoa, LC Correaa,b
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

Mais dados
Introdução/Objetivo

Linfomas não Hodgkin (LNH) são cânceres hematológicos originados de tecidos linfoides, especialmente linfonodos. Esses tumores podem ser resultado de mutações, toxinas, infecções ou inflamação crônica. Atingem indivíduos com idade média de 67 anos, e incidência aproximada de 20/100.000 habitantes/ano. Em 2019, a pandemia por Coronavírus 2 ou coronavírus disease 19 (COVID-19) resultou na morte de mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo e impactou o cuidado de pacientes específicos, incluindo os imunossuprimidos, como os com LNH, que tem maior susceptibilidade a piores desfechos, quando acometidos pela COVID-19. Os aprendizados com a pandemia foram inúmeros e a vacinação, também trouxe novos desafios como a linfadenopatia persistente, que pode simular quadros de linfoma, inclusive com PET / CT positivo. Esse estudo visa relatar um caso de linfadenopatia persistente após a vacinação, simulando recidiva de LNH e revisar esta literatura.

Métodos

Relato de caso, feita a partir da revisão de prontuário médico e com a permissão escrita do paciente. Revisão da literatura por busca não sistematizada nas plataformas PubMed e Scielo.

Resultados

V.B, masculino, 24 anos, LNH difuso de grandes células B diagnosticado em agosto de 2016. Tratado com 6 ciclos de R-CHOP. Em remissão desde a última quimioterapia há 7 anos. Retornou para consulta de seguimento em junho/2021, com linfonodomegalia jugular posterior de 3 cm, tensa e indolor que surgiu 3 semanas antes, sem outros achados. Realizou novo PET/CT (julho 2021) e biópsia excisional do linfonodo (agosto de 2021). O PET/CT evidenciou linfonodomegalias cervicais nos níveis I, II, III e IV bilaterais e V à direita, com aumento de captação de FDG, Lugano 5. No entanto, o anatomopatológico e imuno-histoquímica do linfonodo evidenciaram hiperplasia linfoide reativa. Foi feita uma revisão de ambos os estudos que também resultou negativa para neoplasia. O paciente foi reavaliado em dezembro/2021, realizou novos PET/CT e biópsia, tendo achados semelhantes. O paciente recebeu 4 doses de vacina contra COVID-19: Coronavac (fevereiro e março/2021); Pfizer (dezembro/2021 e abril/2023). As sorologias para EBV e HIV eram negativas. Este paciente mantém acompanhamento e persiste com linfonodomegalia cervical, sem outros sintomas.

Discussão

A linfadenopatia associada a infecção por COVID-19 com achados de hipercaptação ao PET/CT e linfadenopatia em cadeia mediastinal têm sido relatados. Porém, é mais comum após a vacinação. Ocorrem após a vacina de RNA mensageiro (14%) e vírus inativado (6,9%), especialmente após o reforço. Desses casos, o linfonodo hipercaptante costuma ser localizado em cadeia axilar, ipsilateral à aplicação, com resolução após cerca de 6 semanas. Existem poucos relatos de linfadenopatia cervical na literatura. Nesse caso, temos linfadenopatia persistente, em cadeia cervical posterior bilateral, com aumento de metabolismo ao PET/CT, simulando a recorrência de LNH, o que foi afastado por biópsia e imunohistoquímica em duas ocasiões.

Conclusão

Linfadenopatia persistente relativa à vacinação em pacientes com história de neoplasias hematológicas em remissão é um possível fator de confusão no seguimento desses pacientes.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas