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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S210 (Outubro 2023)
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LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA - A QUEBRA DE PARADIGMAS NA HISTÓRIA DA MEDICINA
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LF Alves, CCB Silva, PLS Araujo, SP Silva, TC Rezende, MBS Nascimento, LKA Rocha
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
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Introdução/Objetivos

Em 1960 Peter Nowell e David Hungerford identificaram o cromossomo Filadélfia, que mais tarde foi descoberto ser o responsável pela produção do gene BCR-ABL. Esse oncogene ativa várias vias de sinalização durante a maturação das células mieloides na medula óssea, o que resulta em maior adesão celular ao estroma e à matriz extracelular, inibição da apoptose e aumento da capacidade de proliferação e de sobrevivência celular. O gene anormal BCR-ABL induz a perpetuação da atividade da enzima tirosinoquinase, cuja atividade aumentada é o fator causal principal para o desenvolvimento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC). No início do século XX, o principal tratamento consistia no uso do arsênico, radioterapia do baço, bussulfano e um agente alquilante. No entanto, o primeiro tratamento capaz de provocar remissão citogenética foi o interferon-α em meados da década de 80. Em 1996, o tratamento da LMC foi revolucionado pelo advento do composto CPG57148, um inibidor de tirosinoquinase da classe 2-fenil-aminopirimidina, e, em 2001, pelo mesilato de imatinibe, outro inibidor da tirosinoquinase, só que mais específico, agora com a alcunha de TKI (do inglês, tyrosine kinase inhibitor). O objetivo do presente trabalho visa descrever a histórica compreensão da patogênese da LMC e evidenciar as mudanças em seu tratamento com o passar do tempo, algo que impactou de maneira sensível o prognóstico da doença.

Materiais e métodos

Foi realizada uma busca por artigos sobre o tema na base de dados do PUBMED a partir do ano 1979. Foram utilizados os descritores: Chronic Myeloid Leukemia e Treatment or therapy. Foram obtidos 17.328.811 artigos, desses, 79 artigos foram escolhidos por apresentarem o tema relacionado a fatos históricos relevantes para o objetivo deste projeto revisional.

Resultados

Seis TKIs estão atualmente aprovados – imatinibe, dasatinibe, nilotinibe, bosutinibe, ponatinibe e radotinibe (esse apenas na Coreia do Sul). Imatinibe é referido como um TKI de primeira geração (1G), dasatinibe, nilotinibe, bosutinibe e radotinibe são TKIs de segunda geração (2G) e ponatinibe é um TKI de terceira geração. Todos compõem, atualmente, a primeira escolha de tratamento para LMC, pois mantém a sobrevida de um paciente com LMC semelhante a sobrevida de um indivíduo sadio.

Discussão

Os TKIs diferem em sua potência, atividade contra mutantes BCR/ABL, farmacocinética e perfis de efeitos adversos. Porém, independente da escolha por um determinado TKI, o fato é que houve uma mudança positiva brutal na sobrevida dos pacientes, considerando antes e após a introdução do primeiro TKI - imatinibe - como o precursor da nova era de tratamento. A tal ponto que o transplante de medula óssea, que antes era considerado uma importante opção curativa de tratamento, agora se tornou apenas razoável naquele percentual de casos refratários ao uso de TKIs. Antigamente, o objetivo era retardar a progressão para a fase blástica, minimizar os sintomas e aumentar a sobrevida global. Hoje, buscam-se novos resultados, tais como manter a remissão da doença após a descontinuação do TKI.

Conclusão

Houve uma melhora significativa na sobrevida dos pacientes com o advento dos TKIs, algo que impulsionou a indústria terapêutica para uma nova era de abordagem de muitas outras doenças por meio da terapia-alvo.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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