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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S163 (Outubro 2021)
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LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PHILADELPHIA NEGATIVA RECAÍDA COMO PHILADELPHIA POSITIVA: RELATO DE CASO
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EA Fonseca, JCPS Filho, LBC Leão, TX Carneiro, BLSA Lima, JRM Barros, JS Fujishima, LFSK Pantoja, MA Pinto, VS Siqueira
Hospital Ophir Loyola (HOL), Belém, PA, Brasil
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Introdução

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma neoplasia maligna das células precursoras de linfócitos, que se caracterizada por aberrações na proliferação e diferenciação dos linfoblastos, com falha na hematopoiese normal. A LLA representa um grupo heterogêneo com distintos agrupamentos morfológicos, citogenéticos e moleculares. A anormalidade genética mais comum é o Cromossomo Philadelphia, caracterizado pelo gene de fusão BCR-ABL no cromossomo 22 e que resulta da translocação entre os cromossomos 9 e 22 – t(9;22) (q34; q11). Sua incidência aumenta com a idade, estando presente em 25 - 40% dos casos de LLA de linhagem B em adultos. O tratamento se dá através de quimioterapia de altas doses associada a inibidores de Tirosinaquinase (ITKs).

Relato de caso

Homem de 27 anos, evoluiu com astenia e dor óssea. Hemograma mostrou hemoglobina de 6,4 g/dL, leucócitos de 128.520/mm3 com 90% de blastos e 38.000 plaquetas. Imunofenotipagem foi positiva para CD45, CD19, CD 22 (fraco), CD10 (parcial) e CD38, sendo então diagnosticado portador de Leucemia Linfoblástica Aguda B Comum, com cerca de 90% de blastos. Cariótipo na ocasião - 46 XY [20], t (8,13); PCR para BCR-ABL negativo para P190 e P210. Realizada indução com protocolo GRAAL 2003 evoluindo então com remissão morfológica e DRM negativa por imunofenotipagem. Como não possuía doador aparentado, foi inscrito no REREME e iniciou terapia de consolidação e posterior manutenção. Evoluiu com recaída de doença na fase de manutenção, 19 meses após o diagnóstico, imunofenotipagem com 74% de blastos, positiva para CD45, HLA-DR, CD19, CD10, CD58 (fraco), CD38, CD79a e CD22 (fraco); cariótipo era 48 XY, t (9;22), +der(22), +21; PCR para BCR-ABL positivo para P210 e negativo para P190. Iniciou quimioterapia de resgate com o protocolo BFM 2002 associado a Imatinibe, evoluindo com remissão morfológica, entretanto com DRM positiva (0,02%) pela imunofenotipagem. Evoluiu com nova recaída morfológica 4 meses depois, quando foi iniciado novo resgate com daunorrubicina, vincristina, prednisolona e trocado ITK para nilotinibe, entretanto paciente evoluiu a óbito durante terapia de indução.

Discussão

O aparecimento tardio do cromossomo philadelphia na LLA é um evento raro. Apenas 16 outros casos semelhantes foram descritos na literatura mundial. Uma possível explicação seria a evolução clonal das células leucêmicas, onde a instabilidade do material genético do cromossomo philadelphia faz com que o mesmo apareça mais tarde. O tempo para o aparecimento tardio variou entre 4 e 52 meses, e no caso relatado foi de 19 meses.

Conclusão

O aparecimento tardio do cromossomo philadelphia no curso de uma leucemia linfoblástica aguda suporta a possibilidade de que o desenvolvimento do cromossomo philadelphia seja parte de um processo maior de leucemogênese, em um determinado grupo de pacientes, por isso a importância de realizar a investigação medular completa em todos os pacientes que evoluam com recaída de doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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