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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S47 (Outubro 2021)
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INFILTRAÇÃO DE SANGUE PERIFÉRICO POR LEISHMANIA SP EM PACIENTE COINFECTADO POR SARS-COV-2
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JT Fukasawaa, DA Cavarettoa, MBBF Messiasa, GH Rodriguesa, RNS Antunesa, LTB Colab, RB Suzukic, LPA Martinsc
a Laboratório de Citometriade Fluxo, Departamento de Atenção à Saúde em Hemoterapia (DASHEMO), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
b Laboratorio de Hematologia, Departamento de Atenção à Saúde de Alta Complexidade (DASAC), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
c Laboratorio de Parasitologia, Departamento de Atenção à Saúde de Alta Complexidade (DASAC), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
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Introdução

A Leishmaniose Visceral Humana (LVH) é endêmica nas Américas, sendo encontrada em 12 países, dos quais o Brasil representa 97% dos casos. As manifestações clínicas ocorrem após um período de incubação que varia de aproximadamente 10 dias a 2 anos, sendo subclínicas na maioria dos infectados. Entretanto, cerca de 20 % apresentarão formas sintomáticas e casos graves podem cursar com infecções secundárias desencadeadas pela imunossupressão causada pela LVH, tornando desafiador o manejo desses pacientes com infecção concomitante ao SARS-CoV-2.

Objetivo

Reportar caso de infiltração de sangue periférico por Leishmania sp em paciente imunossuprimida com subsequente infecção por SARS-CoV-2.

Metodologia

Paciente sexo feminino, 41 anos, moradora em área endêmica para LVH, portadora de Artrite Reumatoide com uso de MTX e Leflunomida em diferentes momentos. Iniciou quadro de dor abdominal associada a lesões cutâneas e em mucosa oral há dois meses, tendo como hipótese diagnóstica pênfigo vulgar e prescrito corticóide em alta dose. Evoluiu com queda do estado geral, icterícia e hepatoesplenomegalia, necessitando de internação na origem, com exames demonstrando anemia e plaquetopenia, alterações de enzimas hepáticas e alargamento de INR. Porém, após piora do estado geral, caracterizada por aumento de volume abdominal e sangramento em cavidade oral, via vaginal e cutânea, foi transferida para HC FAMEMA. Na admissão, constatou-se alteração da ausculta pulmonar e saturação de 90%. TC de tórax demonstrou opacidades em vidro fosco com 75% de acometimento, e RT-PCR detectável para SARS-CoV2. Em análise de hemograma observou-se inúmeras formas amastigotas livres e intracelulares de Leishmania sp e teste rápido para Leishmaniose visceral positivo. Paciente apresentou agravamento clínico progressivo com evolução para óbito após dois dias de internação.

Resultados/Discussão

O encontro de inúmeras formas amastigotas livres ou no interior de neutrófilos e monócitos do sangue periférico desta paciente demonstrou uma acentuada depressão imunológica provavelmente pelo uso de imunossupressores e corticoide para o tratamento da artrite e “pênfigo vulgar ”respectivamente, além da co-infecção pelo SARS-CoV-2. Nestes pacientes, a resposta imune mediada por células é crucial no controle da leishmaniose, uma vez que células mononucleares do sangue periférico desses pacientes quando estimuladas “in vitro”com os antígenos de Leishmania, não produzem IL-1 e tem redução da expressão de MHC de classe II pelos macrófagos, favorecendo a ativação de células TH2 e progressão da doença. Consequentemente, haveria uma resposta inflamatória deficiente, diminuindo a síntese de INF- necessária para uma resposta antiviral, além de propiciar a multiplicação e disseminação do parasita com o envolvimento de múltiplos órgãos como linfonodo, medula óssea, baço, fígado e mais raramente do sangue periférico, como observado nesta paciente.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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