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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S511-S512 (Outubro 2021)
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INCIDÊNCIA E IMPACTO DA COVID-19 EM PACIENTES COM NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS FILADÉLFIA NEGATIVAS
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AVF Motaa, GO Duarteb, SS Medinab, GD Amaranteb, MA Carvalhob, CA Souzab, KBB Pagnanob
a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 43. Núm S1
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Objetivos

Analisar a incidência e evolução clínica da COVID-19, em pacientes com neoplasias mieloproliferativas Filadélfia negativas (NMP) acompanhadas em um único centro.

Materiais e métodos

Estudo prospectivo, unicêntrico, observacional, em andamento. Foram aplicados dois questionários aos pacientes com NMP em seguimento ambulatorial, com um intervalo de 6 meses e coletados dados clínicos e laboratoriais dos prontuários médicos. Através dos questionários, buscamos identificar casos confirmados e suspeitos de COVID-19, avaliar dados comportamentais durante a pandemia, exposição, vacinação e analisar os fatores de risco para gravidade e prognóstico. Os dados foram coletados e armazenados no sistema REDCap.

Resultados

Entre novembro/2020 e julho/2021, foram avaliados 145 pacientes, 65 (44,8%) com trombocitemia essencial (TE), 40 (27,6%) com policitemia vera (PV), 33 (22,8%) com mielofibrose primária (MF) e 7 (4,8%) com NMP não-classificadas. A mediana de idade foi de 67,4 anos; 65,5% eram mulheres; 86,1% apresentaram alguma comorbidade, sendo as mais prevalentes hipertensão (51,8%), diabetes (17,5%) e cardiopatias (13,1%). A adesão ao isolamento social foi de 82,8%. 9% dos pacientes receberam a primeira dose da vacina para COVID-19 e 11% receberam as duas doses, sendo 57,1% CoronaVac, 39,3% Oxford/Astrazeneca e 3,6% Pfizer. Nove pacientes (6,2%) tiveram diagnóstico confirmado de COVID-19 (por PCR ou sorologia) e 5 (3,4%) quadro clínico suspeito. Dentre os casos confirmados,  sete eram TE e 2  PV, com mediana de idade de 44 anos. Quatro estavam em uso de hidroxiureia (HU) e AAS, um HU e um sem tratamento. Sete casos foram leves e dois moderados, com hospitalização, mas sem necessidade de ventilação mecânica ou oxigênio. Não houve óbitos por COVID-19. Seis pacientes afirmaram seguir as medidas de isolamento social e três haviam recebido a primeira dose da vacina, sendo que em dois casos a infecção ocorreu após o início da vacinação  (um após a vacina Oxford/Astrazeneca e o outro após as duas doses da CoronaVac).

Discussão

A alta faixa etária dos pacientes com NMP e a alta prevalência de comorbidades são fatores de risco e vulnerabilidade à COVID-19. As NMP possuem maior risco de complicações tromboembólicas e hemorrágicas e nível aumentado de citocinas pró-inflamatórias, principalmente na MF, que tornariam esta população mais suscetível a formas mais graves da COVID-19. Um estudo italiano mostrou uma alta taxa de mortalidade pela COVID em pacientes com NMP (33%). Observamos uma incidência de COVID-19 menor do que a observada na população geral (8,7%), que pode ser relacionada à alta adesão ao isolamento social nos pacientes mais idosos. A mediana de idade dos casos de COVID foi menor do que a do grupo total, possivelmente pela maior exposição desses pacientes. Pelo tamanho da amostra não foi possível analisar letalidade e gravidade.

Conclusão

Observamos uma frequência maior de COVID-19 em pacientes mais jovens, com TE e PV. As medidas preventivas devem ser mantidas, pois foram observados casos pós vacinação. Pelas características do estudo, não foram detectados casos graves, mas serão rastreados os pacientes com perda de seguimento durante a pandemia e que não responderam aos questionários, no intuito de identificar mortes por COVID-19 nessa população.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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