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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S263 (Outubro 2021)
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IMPACTOS DO REDOME PARA O TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NÃO APARENTADO, ANÁLISE DOS ANOS DE 2011-2020
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CVCD Nascimentoa, FM Coutinhob, AMA Souzab
a Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
b Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
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Objetivos

Avaliar os impactos do projeto REDOME para o transplante de medula óssea não aparentado.

Material e métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo e quantitativo, baseado nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), por local de residência, usando como filtros o procedimento transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas de medula óssea não aparentado, nos anos de 2011 a 2020. Além disso, foram analisados dados do mesmo período do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (REREME). Também, calculou-se taxas com dados demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Resultados

Nos 10 anos, o SIH reportou uma média de 138,9 hospitalizações por ano para o transplante não aparentado, com o pior resultado em 2020 (n = 86) e o melhor em 2017 (n = 181), ressaltando-se crescimento em todos os anos exceto em 2018 (-14,92%) e 2020 (-50%). Na observação do REREME, a média foi de 311,6 transplantes por ano, pior quantitativo em 2011 (n = 198) e o melhor em 2019 (n = 411), com aumento em todos anos, menos 2018 (-3,31%) e 2020 (-32,12%). Além disso, no estudo do REDOME, em 2020 haviam cerca de 5,3 milhões de doadores cadastrados e 2,505% da população do Brasil, já em 2011, 2,67 milhões e 1,387%. Na evolução histórica, percebeu-se aumento de voluntários, com média anual de 7,96%, a melhor em 2012 (13,11%) e a pior em 2020 (4,51%). Ademais, na pesquisa do SIH por regiões, percebeu-se uma maior quantidade relativa no Sul (35,64%), seguido por Sudeste (24,07%), Centro-oeste (16,38%), Nordeste (13,49%), e Norte (10,42%), no calculo das internações pela média da população. Contudo, no REDOME pela média da população, a região Sul (27,87%) destacou-se, depois Centro-oeste (24,25%), Sudeste (20,03%), Norte (15,42%) e Nordeste (12,44%).

Discussão

A medula óssea é o tecido produtor de hemocomponentes no organismo humano. Entretanto, em algumas patologias, é preciso substituí-la, por meio de transplante, que só é possível em pessoas compatíveis. O REDOME é encarregado por um aumento considerável dos transplantes não aparentados no Brasil, sendo responsável por dois terços dos transplantes, entre 2000 a 2010. Contudo, percebeu-se nos resultados, quedas na realização de transplantes em alguns anos, sendo a mais expressiva em 2020, podendo haver relação com a redução de cirurgias eletivas durante a pandemia de Covid-19. Além disso, o crescimento do projeto foi responsável por aumentar as chances de encontrar um doador voluntário de 10% (anos 2000) para 70% (a partir de 2010), probabilidade que deve ser maior agora, já que os cadastros quase dobraram desde então. Outrossim, ressalta-se a disparidade grave na proporção de doadores por regiões do Brasil.

Conclusão

O projeto REDOME foi um marco para doenças cuja cura só é possível por meio de transplante de medula óssea, ao possibilitar uma busca mais eficiente dos doadores não aparentados. Notou-se, nesse trabalho, os resultados negativos da pandemia ao projeto com os piores índices de novos doadores e de transplantes em 2020. Também, é claro o impacto das diferenças regionais deste país continental ao número de voluntários. Destarte, é importante intensificar campanhas de captação de doadores, para superar os problemas apresentados, dando enfoque a regiões com piores índices.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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