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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S219-S220 (Outubro 2023)
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IDOSO COM LMA MANTENDO TRATAMENTO E REMISSÃO HÁ 50 MESES: RELATO DE CASO
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406
F Benedetti, EC Franzon
Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE), Brusque, SC, Brasil
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Objetivos

Relatar o caso de um paciente idoso mantendo sobrevida livre de progressão de doença superior ao estudo e ao esperado segundo o estudo pivotal do protocolo utilizado.

Material e métodos

Relato de caso retrospectivo por revisão de prontuário associado à revisão de literatura.

Resultados

Paciente masculino de 69 anos, encaminhado após internação hospitalar para transfusão de hemácias devido a anemia severa. Na internação, apresentava anemia macrocítica severa e plaquetopenia moderada, sem alteração da série leucocitária. O paciente foi submetido a exame de medula óssea sendo diagnosticado como Leucemia Mieloide Aguda (LMA) M4-M5. Foi proposto protocolo com Azacitidina e Venetoclax, conforme estudo Viale-A, pois o paciente foi considerado inelegível para quimioterapia intensiva. Paciente tornou-se politransfundido às custas principalmente de transfusão de Hemácias, entretanto alcançou a independência transfusional ao final do terceiro ciclo do protocolo. A partir do sexto ciclo desenvolveu episódios de neutropenia, sendo reduzido a dose de Azacitidina. Uma vez que continuou a apresentar episódios de neutropenia optou-se por iniciar Peg-filgrastima, mas paciente desenvolveu como para efeito dores ósseas prejudicando sobremaneira sua qualidade de vida. Uma vez que o paciente já havia atingido a sobrevida mediana esperada para o tratamento, optou-se por suspender o Neulastim e reduzir a dose de Venetoclax, ficando com Azacitidina 50 mg/m2 por 5 dias e Venetoclax por 21 dias, em ciclos de 28 dias, permanecendo sem mais episódios de neutropenia e recuperando sua qualidade de vida. Neste momento o paciente permanece em remissão hematológica com ótima qualidade de vida, ECOG 0, em 50 meses de tratamento.

Discussão

A LMA compreende um grupo heterogêneo de neoplasias de células hematopoiéticas de linhagem mieloide, que interferem na diferenciação celular, levando à síndrome de falência medular. É a forma mais comum de leucemia aguda entre, sendo mais frequente quanto mais elevada a faixa etária. Pacientes com LMA geralmente apresentam sintomas relacionados a complicações de citopenias, cursando com a sintomas como fadiga, palidez, fraqueza, sangramentos e infecções. O diagnóstico de LMA requer infiltração da medula óssea, com ao menos 20% de blastos ao Mielograma ou anomalias genéticas específicas, independentemente da contagem de blastos. O prognostico dos pacientes idosos em geral é prejudicado pelo fato de não suportarem quimioterapia intensiva e não poderem ser submetidos a Transplante de Medula Óssea, sendo atualmente as melhores alternativas as associações de Venetoclax com Azacitidina ou Citarabina. Conforme publicação suplementar da revista Blood referente as apresentações orais do ASH de 2022 o acompanhamento de longo prazo do ensaio clínico Viale-a, que avaliou a associação de Venetoclax e Azacitidina para pacientes com LMA, em um acompanhamento médio de 43,2 meses, a sobrevida global mediana foi de 14,7 meses, mesmo em pacientes com doença residual mínima indetectável a sobrevida global mediana foi de 34,2 meses. Aos 50 meses de acompanhamento menos de 20% dos pacientes que participaram do estudo estavam vivos.

Conclusão

O caso descrito chama atenção pois o paciente em questão permanece com ótima qualidade de vida após 50 meses de seu diagnóstico, extrapolando os dados de sobrevida global do estudo pivotal de aprovação do protocolo empregado.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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