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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S456 (Outubro 2022)
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IDENTIFICAÇÃO DE ALOANTICORPOS IRREGULARES EM PACIENTES ATENDIDOS NA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL DO INI-FIOCRUZ NO CENTRO HOSPITALAR COVID-19 DURANTE O PERÍODO DE PANDEMIA
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AG Vizzoni, FRM Silva, AFV Pascoal, JPB Bokel, RE Almeida, DPM Almeida
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Objetivos

Investigar os aloanticorpos irregulares mais prevalentes em pacientes atendidos na Agência Transfusional do Centro Hospitalar do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI-Fiocruz durante o período de pandemia do COVID-19.

Material e métodos

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado pela coleta de informações dos arquivos da Agência Transfusional pelo software Hemote Plus durante o período de março/2020 a dezembro/2021.

Resultados

Neste período foram realizadas 4.868 transfusões (270 transfusões/mês) em 1.714 pacientes, sendo 3.117 concentrados de hemácias (64,03%), 1.081 plasmas (22,21%), 602 concentrados de plaquetas (12,37%) e 68 unidades de crioprecipitado (1,39%). Foram identificados 22 pacientes apresentando Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) positiva pelo método em Gel teste Biorad®, com média de idade de 45,9 anos, sendo 14 mulheres (63,6%) e 8 homens (36,4%). Dentre os pacientes com PAI positivo, foram detectados 12 aloanticorpos com especificidades diferentes. Os anticorpos mais prevalentes foram anti-D (n = 4), anti-E (n = 4), seguidos de anti-Lex (n = 3), anti-M (n = 2), anti-Lea (n = 2), anti-Dia (n = 1), anti-Jka (n = 1), anti-Ch/Rd (n = 1), anti-M + anti-E (n=1), anti-Fya + anti-Dia (n =1), anti-D + anti-C (n =1) e anti-C + anti-e (n=1).

Discussão

Anticorpos irregulares contra antígenos eritrocitários são produzidos no organismo em razão da exposição a um antígeno não próprio, seja por transfusão sanguínea, gestação ou abortos espontâneos. Alguns anticorpos podem ter origem natural, a exemplo do Anti-M, anti-Lea e Anti-E, entretanto, os anticorpos encontrados com essa especificidade no estudo apresentavam reatividade em fase de antiglobulina humana e consequentemente significado clínico transfusional. A predominância dos anticorpos Anti-D e Anti-E nos pacientes tem ligação direta com a imunogenicidade e a velocidade de indução da formação de anticorpos voltados contra esses antígenos do sistema RhD. Os anticorpos mais prevalentes neste estudo também são aqueles de maior importância clínica em casos incompatibilidade materno fetal e podem causar a eritroblastose fetal (EF) ou a doença hemolítica perinatal (DHPN). Destaca-se, neste sentido, que a presença de anticorpos irregulares foi maior em pacientes do sexo feminino. Nestes casos, em uma primeira gestação pode ocorrer a sensibilização da gestante a antígenos que o recém-nascido apresenta em suas hemácias (diferentes dos maternos), podendo não haver manifestação clínica alguma. Porém, em futuras gestações, com novo quadro de incompatibilidade materno fetal se apresentando, anticorpos da classe IgG maternos podem atravessar a barreira placentária e provocar hemólise no feto ou recém-nascido, ou seja, situação em que ocorre as manifestações clínicas da EF e DHPN.

Conclusão

Através deste estudo, foi possível compreender a prevalência dos anticorpos irregulares entre os pacientes atendidos e comprovar a importância da PAI. Apesar de ser um dos testes pré-transfusionais obrigatórios pela legislação vigente, e indispensável que a PAI seja executada de maneira correta, seguida da identificação dos aloanticorpos, implicando diretamente na prevenção de reações transfusionais e em novas ocorrências de sensibilização, especialmente em pacientes politransfundidos. Podemos concluir ainda que os dados nos permitem estabelecer critérios para armazenamento de bolsas fenotipadas em estoque estratégico para atendimento a esses pacientes com alterações imuno-hematológicas.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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