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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S156 (Outubro 2021)
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GILTERITINIBE NO TRATAMENTO DA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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FV Costa, ML Souza, AA Lima
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
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Introdução

Em março de 2020, gilteritinibe foi aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como uma nova opção terapêutica para o tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide aguda (LMA) recidivada (LMA R/R) ou refratária (resistente ao tratamento) e com mutação no gene FLT3. A LMA é o tipo mais comum de leucemia em adultos e caracteriza-se pela proliferação anormal de progenitores hematopoiéticos, os quais são incapazes de amadurecer e de responder aos reguladores naturais de proliferação e morte celular. Com passar dos anos, detecção de alterações genéticas, citogenéticas e moleculares tornaram-se cada vez mais importantes no diagnóstico e no manejo de pacientes com LMA. Mutações no FLT3 são as alterações genéticas mais comuns na LMA, identificadas em aproximadamente um terço dos pacientes recém-diagnosticados. Mutações FLT3 podem ser subdivididas em duplicação interna em tandem (ITD), presentes em aproximadamente 30% dos pacientes, e mutações pontuais no domínio tirosina quinase (TKD), presentes em aproximadamente 7%. As mutações de duplicação interna em tandem do FLT3 (FLT3-ITD) estão associadas ao aumento da recidiva e à menor sobrevida global. Quando pacientes FLT3-ITD têm recidiva, seu prognóstico é desfavorável em comparação com outros pacientes com LMA. Alguns inibidores de FLT3 vem sendo estudados nos últimos anos e gilteritinibe é um desses inibidores pertencentes à segunda geração.

Objetivo

avaliar como o tratamento com gilteritinibe pode ser benéfico para LMA recidivada ou refratária e com mutação no gene FLT3.

Metodologia

trata-se de uma revisão integrativa para avaliar o uso do gilteritinibe no tratamento da LMA. Realizou-se pesquisa na base de dados Pubmed utilizando os termos “gilteritinib”and “acute myeloid leukemia”e “gilteritinib and FLT3 inhibitor”. Como critérios de inclusão: a) artigos completos b) ensaios clínicos c) estudos disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol d) recorte temporal de 2016 a 2021.

Resultados e discussão

Foram encontrados cinco artigos, sendo três artigos selecionados para esta revisão. O gilteritinibe é um inibidor oral, potente e seletivo da FLT3. Estudos de fase 1/2 avaliaram a segurança, eficácia e farmacocinética do fármaco. Estudos clínicos de fase 3, adultos com LMA com mutação FLT3 recidivada ou refratária foram randomizados para receber gilteritinibe (dose de 120 mg por dia) ou quimioterapia de resgate. A sobrevida global média no grupo que recebeu gilteritinibe foi significativamente maior (9,3 meses) do que no grupo de quimioterapia de resgate (5,6 meses). Os eventos adversos mais frequentes foram neutropenia febril, anemia e trombocitopenia. Gilteritinibe é disponibilizado comercialmente como hemifumarato de gilteritinibe na forma farmacêutica comprimido. Cada comprimido contém 44,2 mg de hemifumarato de gilteritinibe, equivalente a 40 mg de gilteritinibe. A dose recomendada é 120 mg (três comprimidos de 40 mg) uma vez ao dia, por via oral. Exames bioquímicos e cardiológicos são importantes antes e durante o tratamento.

Conclusão

Os pacientes com LMA recidivada ou refratária com mutação no gene FLT3 que usaram gilteritinibe tiveram sobrevida global significativamente mais longa. Apesar dos efeitos benéficos, o medicamento está disponível no Brasil apenas na rede privada e possui elevado custo. Enquanto o medicamento não é fornecido pelo sistema público, judicializações podem ocorrer como forma de garantir o acesso ao tratamento.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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