O Transplante de Medula Óssea (TMO) consiste na substituição de uma medula óssea doente por células saudáveis de um doador, sendo utilizada no tratamento de doenças hematológicas. O presente trabalho busca descrever as características dos transplantes de medula óssea no Brasil, quanto à distribuição por regiões e procedimentos utilizados.

Foi realizado um estudo transversal utilizando a base de dados do Sistema Nacional de Transplantes, durante o mês de junho de 2021, buscando-se dados do período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019 referentes ao Transplante de Medula Óssea. Os registros a respeito dos tipos de procedimentos utilizados (autólogo, alogênico aparentado e alogênico não aparentado) começaram a ser documentados na plataforma a partir do ano de 2013.

Os TMO, no Brasil, variaram de 1.695 em 2010 a 3.490 em 2019, totalizando 22.840 procedimentos. A região brasileira com o maior número de transplantes foi a região Sudeste, com 13.317(50,1%), seguida da Sul,5.005 (26,3%), Nordeste, 3.580 (16,2%), Centro-Oeste,936(5,3%) e Norte, com 2 (2,1%). Quanto ao tipo de transplante utilizado, temos, por região, autólogos, alogênicos aparentados e alogênicos não aparentados, respectivamente: Sudeste: 5.739,4.206,2.387, Sul: 2.364,868,578, Nordeste: 2.078,703,180, Centro-Oeste: 637,142,38 e Norte:1,1,0.

Os TMO aumentaram durante a última década no Brasil. A região Sudeste foi responsável pela maior parte dos procedimentos realizados no país, o oposto da região Norte, que realizou apenas dois em todo o período estudado. Além disso, os transplantes autólogos foram os mais utilizados.

O TMO constitui-se de um importante procedimento para manejar certas doenças hematológicas. Logo, é fundamental para o sistema de saúde brasileiro que estes procedimentos aumentem cada vez mais, a fim de contemplar mais indivíduos. Além disso, é importante também a continuação do registro dos TMO realizados na plataforma do Sistema Nacional de Transplantes, para ser possível monitorar a progressão deste procedimento no país.