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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S608-S609 (Outubro 2023)
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EFICÁCIA E SEGURANÇA DA PLASMAFÉRESE TERAPÊUTICA EM CRIANÇA COM FALÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS ASSOCIADA A SEPSE EM ECMO: RELATO DE CASO
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MC Moraes, JPL Amorim
Grupo GSH, Brasil
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Introdução

Apesar de estudos randomizados demonstrarem a Eficácia da Plasmaferese Terapêutica (TPE) na falência de múltiplos órgãos, associada a sepse, o grau de recomendação é fraco e seu papel não está bem estabelecido, sendo classificada pela Associação Americana de Aférese (ASFA) como categoria III, nível de evidência 2A. Nesses casos, a tomada de decisão deve ser individualizada, baseada no risco benefício para cada paciente. Quando consideramos a população pediátrica em uso de Membrana de Oxigenação Extracorpórea (ECMO), os dados são ainda mais escassos.

Objetivo

Relatar um caso de plasmaférese terapêutica, em paciente pediátrica com falência de múltiplos órgãos, associada a sepse, em ECMO, realizada com segurança e impacto positivo importante na evolução do quadro.

Caso

Paciente do sexo feminino, 5 anos de idade, internada com diagnóstico de pneumonia comunitária, evoluindo com piora rápida para choque séptico e parada cardiorrespiratória. Foi realizada reanimação cardiopulmonar com sucesso, com posterior necessidade de conexão da paciente à ECMO e uso de drogas vasoativas em altas doses. Devido a gravidade e evolução rápida do quadro foi discutido e optado pela realização de TPE. Foram realizadas 2 sessões de TPE em dias consecutivos, sem intercorrências. Após a primeira sessão a paciente evoluiu com melhora clínica importante, com melhora da instabilidade hemodinâmica e da diurese, queda do lactato e aumento da contagem de plaquetas para 77.000. Contudo, ainda grave e sem critérios para desmame da ECMO. Após a segunda sessão foi observada uma melhora importante da função cardíaca, com queda do Peptídeo Natriurético do tipo B (BNP), melhora da função renal e do quadro neurológico. O caso foi rediscutido entre as equipes da UTI pediátrica e do Banco de Sangue e decidido por aguardar e observar a evolução por 24hs. A paciente manteve a melhora clínica, recebendo alta após 32 dias de interação e 8 dias de ECMO, estável hemodinamicamente, respirando em ar ambiente, se alimentando por via oral e em reabilitação motora.

Discussão

Após a decisão conjunta pela realização do procedimento, várias condutas foram adotadas para aumentar a sua segurança e eficácia. Uma das grandes preocupações da TPE em pacientes pediátricos é o Volume Extracorpóreo (VEC), principalmente quando associada a ECMO. Visando aumentar a segurança do procedimento e manter o procedimento isovolêmico, considerando a volemia da paciente e o VEC do Kit de TPE e da ECMO, optamos pela realização do prime personalizado com hemácias. Outro fator crítico de segurança foi o local de conexão do kit da TPE na ECMO, na zona de segurança, reduzindo o risco de embolia gasosa. Como fluido de reposição foi utilizado PFC, com o objetivo de melhorar o distúrbio de coagulação, e o volume de troca foi definido em 1 volemia plasmática, devido a gravidade do quadro e instabilidade hemodinâmica da paciente.

Conclusão

A TPE pode ser realizada com segurança e eficácia em pacientes pediátricos, com sepse, em ECMO. Nesses casos, a tomada de decisão conjunta, considerando o risco benefício para o paciente, além da experiência das equipes assistentes e do banco de sangue, pode ser fator crítico na evolução do quadro.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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