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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S697 (Outubro 2023)
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EDUCAR PARA DOAR
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SF Meirellesa, AC Reisa, OMA Noraa, A Sebera,b,c, CSV Vergueiroa
a Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
b Hospital Samaritano Higienópolis (UHG), Higienópolis, SP, Brasil
c Insituto de Oncologia Pediátrica - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc)/ Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Estima-se que apenas 1,8% da população brasileira tenha o hábito de doar sangue, o que frequentemente acarreta a redução dos estoques de hemocomponentes para níveis críticos e requer sucessivas campanhas para manter um fluxo contínuo de doações. A AMEO desenvolveu um programa baseado no método de “ensino baseado em serviço” para enfrentar o desafio da escassez de doadores de sangue no Brasil. O foco é a aprendizagem através do trabalho, com o objetivo de criar uma cultura de doação no país. Para isso, é necessário estimular a imaginação dos alunos e incentivá-los a buscar soluções criativas. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de uma década com ensino de escolares para a doação de sangue.

Material e métodos

O programa “Educar para Doar”foi idealizado em 2013, baseado na experiência bem-sucedida do Banco de Sangue e Tecidos da Catalunha e foi desenvolvido por uma orientadora pedagógica e uma hematologista, envolvendo alunos do ensino médio e fundamental. Após o contato com a escola, há três momentos distintos: no primeiro , os alunos participam de uma teatralização em que um deles sofre perda de sangue e precisa de transfusão para sobreviver. Ao questionar quem estaria disposto a doar para o colega, os alunos percebem que poucos seriam elegíveis e são incentivados a entrevistar cinco familiares sobre a experiência de receber ou doar sangue. No segundo encontro, os resultados das entrevistas são compartilhados e os alunos descobrem histórias de doação na família, aproximando-os do tema. Os alunos são então convidados a elaborar uma campanha de recrutamento de doadores. São orientados a estudar o assunto para identificar argumentos, fatores impeditivos, riscos e benefícios envolvidos. Assim, os alunos organizam suas descobertas através de instrumentos multimídia, melhorando suas capacidades de comunicação e aumentando sua conscientização sobre o tema. No terceiro encontro, alunos e familiares visitam o hemocentro e participam efetivamente do processo de doação, conhecendo desde a triagem até o fracionamento. Essa experiência prática fortalece o compromisso dos alunos com a doação periódica. O programa é contínuo, buscando criar uma cultura na escola e na comunidade. Ao promover o engajamento dos alunos e estimular a criatividade, a metodologia se mostra eficaz na formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o bem-estar da sociedade.

Resultados

Ao longo dos últimos 10 anos, o programa foi aplicado em 75 escolas, envolvendo cerca de 5 mil alunos do ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos (supletivo). A avaliação do programa pelas escolas e alunos é muito positiva, mantendo-o ativo apesar dos anos de pandemia.

Conclusão

O panorama atual da hemoterapia em nosso país poderá ser modificado com a formação de cidadãos conscientes da importância da doação de sangue, que passará a ser compreendida como parte da cultura e da cidadania. Com o sucesso do programa, a AMEO continua sua missão de transformar a cultura da doação de sangue no Brasil.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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