Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S253 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S253 (Outubro 2021)
Open Access
CRIOPRESERVAÇÃO DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOÉTICAS COLETADAS POR PUNÇÃO ASPIRATIVA DA MEDULA ÓSSEA: UMA SÉRIE DE CASOS
Visitas
1525
KL Prata, LA Costa, MC Martins, NG Cruz, PRMP Pederzoli, RK Andrade, MRIS Libânio, AR Belisário
Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais, Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas), Belo Horizonte, MG, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Introdução

Devido à pandemia do novo Coronavírus, a criopreservação tem sido recomendada para garantir a continuidade do transplante de medula óssea (TMO) alogênico não aparentado independentemente da fonte de células. Porém, a criopreservação de células progenitoras hematopoéticas coletadas por punção aspirativa da medula óssea (CPH,MO) é menos utilizada e poucos dados estão disponíveis na literatura.

Objetivo

descrever a experiência do Centro de Processamento Celular do Cetebio/Fundação Hemominas com a criopreservação de CPH,MO para utilização terapêutica em TMO.

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo série de casos e a casuística foi composta por oito unidades de CPH,MO criopreservadas entre 10/2020 e 06/2021. As unidades de CPH,MO foram submetidas à deseritrocitação utilizando hidroxietilamido (HES) 450/0,7 e, em seguida, à centrifugação para desplasmatização. O volume da camada leucocitária foi ajustado para atingir a concentração de células nucleadas final ≤2 × 108 NC/mL após a adição da solução de criopreservação (5%HES/5%DMSO). As unidades foram congeladas em freezer mecânico a -80°C e armazenadas em tanque a vapor de nitrogênio.

Resultados

oito unidades de CPH,MO foram criopreservadas para utilização em nove pacientes; uma unidade foi dividida para uso em dois pacientes pediátricos irmãos HLA idênticos. Uma (11,1%) unidade foi criopreservada para o uso autólogo e oito (88,9%) para uso alogênico não aparentado. Cinco (55,6%) pacientes eram do sexo masculino. A média de idade dos pacientes foi 14,7 ± 19,1 anos (1–42). Um (11,1%) paciente possuía neuroblastoma, um (11,1%) LMC, um (11,1%) LMA, um (11,1%) síndrome de Griscelli, dois (22,2%) síndrome de Wiskott-Aldrich e três (33,3%) LLA. O volume (mL) médio das unidades pré e pós-processamento foi 756,9 ± 411,7 e 78,7 ± 45,8, respectivamente. O volume (mL) médio de hemácias pré e pós-processamento foi 239,1 ± 150,8 e 27,02 ± 16,9, respectivamente. A média do total de células nucleadas (x108) pré e pós-processamento foi 153,07 ± 80,0 e 120,01 ± 67,7, respectivamente. A média de células CD34+ viáveis (x106) pré e pós-processamento foi 131,7 ± 74,0 e 120,2 ± 77,8, respectivamente. Quatro (50%) unidades apresentaram teste microbiológico positivo (Staphylococcus hominis, Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium sp e Staphylococcus aureus). A viabilidade celular (%) média pós-descongelamento em amostras de segmento foi 66,1 ± 8,5. Os ensaios clonogênicos realizados em amostras pré-processamento (n = 6), pós-processamento (n = 8) e pós-descongelamento (n = 7) apresentaram crescimento positivo. Seis (66,6%) unidades foram liberadas para uso terapêutico, das quais cinco (83,3%) possuímos os dados da enxertia. Nenhum paciente apresentou falha de enxertia ou óbito após a infusão. O tempo médio de enxertia de granulócitos e plaquetas foi 17 ± 5,8 e 19,5 ± 9,2 dias, respectivamente.

Discussão

A redução do volume possibilitou a criopreservação do material, sendo que a recuperação celular foi satisfatória. Os testes de controle de qualidade realizados em todas etapas do processo evidenciaram a qualidade e segurança do procedimento e foram corroborados pelos dados de enxertia. Alertamos, entretanto, sobre a necessidade de cuidados adicionais com os pacientes devido ao volume de hemácias a ser infundido e à contaminação bacteriana, mais frequentemente observada nas unidades de CPH,MO.

Conclusões

A criopreservação CPH, MO apresentou resultados satisfatórios, demonstrando que a metodologia utilizada é segura e eficiente.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas