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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S444-S445 (Outubro 2022)
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CORRELAÇÃO ENTRE OS GRUPOS SANGUÍNEOS E AS ALTERAÇÕES IMUNO-HEMATOLÓGICAS NA COVID-19
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FA Tavaresa, TM Souzaa, RS Cavalcanteb, AB Castroc, MT Jamasd, CL Mirandac, PC Garciac
a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
b Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
c Hemocentro Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
d Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivo

Identificar padrões entre os grupos sanguíneos e as alterações imuno-hematológicas em pacientes com COVID-19 atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), no período março de 2020 a outubro de 2021.

Material e métodos

Avaliou-se 186 pacientes internados com o teste RTq-PCR positivo para COVID-19 e esses foras separados em dois grupos: 105 pacientes não transfundidos e 81 pacientes transfundidos. Selecionou-se os resultados dos exames de tipagem ABO e RhD, pesquisa de anticorpos irregulares (PAI), marcadores de hemólise (hematócrito, hemoglobina e bilirrubina), desidrogenase láctica (DHL) e hemocomponentes transfundidos.

Resultados

No que tange à tipagem sanguínea ABO e RhD, em pacientes não transfundidos, foi observado que 39 eram do tipo A (37%), 19 do tipo B (18%), 4 do tipo AB (4%) e 43 do tipo O (41%). Desses, 93 pacientes eram RhD positivos (89%) e 12 eram RhD negativos (11%). Já para os pacientes transfundidos, 35 pacientes eram do tipo A (43%), 13 do tipo B (16%), 4 do tipo AB (5%) e 29 do tipo O (36%). Em relação ao fator RhD, 69 pacientes eram positivos (85%) e 12 negativos (15%). Os resultados obtidos foram comparados com a frequência da tipagem sanguínea presente na população brasileira, sendo observado que houve menos pacientes do tipo O infectados pelo novo Coronavírus (p = 0,0071), como também para transfusões sanguíneas realizadas (p = 0,0235). Os pacientes transfundidos apresentaram maior frequência estatisticamente significativa (p < 0,0001) de anticorpos irregulares quando comparados com os pacientes não transfundidos, com destaque para presença de crioaglutinina. Observou-se diferença estatística significativa de alterações dos valores dos marcadores de hemólise nos pacientes transfundidos, em que as médias dos valores encontrados foram de 28,93% para hematócrito, 9,41g/dL para hemoglobina e 1,4mg/dL para bilirrubina, indicando a existência de anemia e destruição celular.

Discussão

Em relação à tipagem sanguínea ABO, observou-se que houve mais pacientes do tipo A transfundidos quando comparados com as outras tipagens, enquanto mais pacientes com tipagem O não necessitaram de transfusões sanguíneas. Para ambos houve o predomínio do fator Rh positivo. Segundo a literatura, o grupo sanguíneo A foi associado a um risco aumentado de infecção em relação ao grupo O, devido a presença de anticorpos naturais anti-A, os quais são capazes de inibir de forma específica a proteína Spike do vírus de se ligar efetivamente aos receptores da ECA2. Na identificação de anticorpos irregulares, as crioaglutininas estiveram presentes na maioria dos pacientes com PAI positivo e sua presença prejudicou as análises laboratoriais, atrasando a liberação dos resultados dos testes imuno-hematológicos.

Conclusão

Portanto, identificou-se correlação entre os resultados alterados dos marcadores de hemólise com o desenvolvimento da forma mais grave da COVID-19 e a necessidade de transfusão de hemocomponentes, sendo o concentrado de hemácias (CH) o mais utilizado para tratar a anemia estabelecida nesses pacientes.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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