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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S437 (Outubro 2021)
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CITOMETRIA DE FLUXO COM MARCAÇÃO EPCAM EM LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO EM NEOPLASIAS NÃO HEMATOLÓGICAS
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LGF Cortes, GBP Fernandes, ACV Lima, EX Souto, AC Vaz, LC Bento, FA Sousa, NM Milan, MS Passaro, NS Bacal
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos

Avaliar a utilização da citometria de fluxo (CF) em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) como ferramenta de triagem, confirmação diagnóstica e acompanhamento de neoplasias não hematológicas, a partir da adição do marcador epitelial CD326, comparando seu desempenho com a técnica convencional citomorfológica.

Materiais e métodos

Estudo retrospectivo com levantamento de 1050 amostras de LCR admitidas no laboratório de CF entre 2018 e 2021. Foi utilizado equipamento FACSCANTO II e o software INFINICYT. Painel utilizado: CD36, ROR1, CD38, CD10, CD56, CD326, CD71, CD81, CD45, CD138, CD8+Lambda, CD56+Kappa, CD4, CD19, CD3+CD14, CD38, CD20, CD45. As amostras foram coletadas em meio com conservante celular. Resultados foram comparados com a citologia oncótica tradicional.

Resultados

Foram identificados 8 casos sugestivos de infiltração liquorica por neoplasia não hematológica. Desses, 7 foram concordantes com a citologia oncótica positiva. As neoplasias foram adenocarcinomas gástricos (3 casos), pulmão (3 casos) e sítio primário indeterminado (1 caso). O outro caso foi seguido por outra instituição.

Discussão

Até 8% dos pacientes com câncer desenvolvem metástases meníngeas, resultando em prognóstico desfavorável e menor sobrevida global. Ainda que a maioria das intervenções seja paliativa, o diagnóstico precoce e a instituição de tratamentos podem retardar a progressão da doença, prolongar a sobrevida e reduzir morbidade neurológica. Contudo, a identificação precoce pode ser desafiadora. O volume de LCR disponível é limitado, a avaliação citomorfológica depende da experiência do analisador e as células neoplásicas podem não se distinguir morfologicamente. A CF pode ser um método útil nessa detecção por necessitar de pequeno volume amostral e ser menos subjetiva. A escassez de estudos que demostram a importância e habilidade da CF em detectar neoplasias não hematológicas pode ser explicada pelo fato da maior parte dos painéis ser apenas direcionada para o diagnóstico de doenças oncohematológicas. Nesse contexto, citoqueratinas têm sido utilizadas para especificar células não hematológicas, habitualmente negativas para o CD45. O CD326 ou EpCAM (Epithelial Cell Adhesion Molecule) é uma delas. Esse marcador modula negativamente a adesão celular, tem efeito antiadesivo na migração celular e na promoção de metástases. Contudo, nem todas as neoplasias infiltrativas do espaço subaracnoideo são epiteliais. Exemplo é o melanoma, a terceira maior causa de meningite carcinomatosa, na qual não há expressão de CD326. Além disso, algumas células normais epiteliais podem também expressá-lo.

Conclusão

Em análise retrospectiva, a CF demonstrou ser um método rápido, eficaz e seguro para o diagnóstico de invasão de sistema nervoso central por neoplasia não hematológica. Apresenta reprodutibilidade, custo-efetividade e sensibilidade, desde que as amostras de liquor sejam preservadas adequadamente no transporte e armazenamento. Sugere-se ampliação da inclusão do marcador CD326 na rotina de análise oncótica de LCR, quando houver hipótese clínica de infiltração por neoplasia não hematológica.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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