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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S278-S279 (Outubro 2021)
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CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E MANEJO CLÍNICO DE CRIANÇAS COM PTI ATENDIDAS NA FUNDAÇÃO HEMOAM
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1062
RB Aguiara, EP Almeidab, RAL Aguiarc
a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, Manaus, AM, Brasil
b Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, AM, Brasil
c Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam), Manaus, AM, Brasil
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Vol. 43. Núm S1
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Introdução

A trombocitopenia imune primária (PTI) é uma doença hematológica caracterizada pela diminuição na contagem das plaquetas (< 100.000/mm3). A destruição das plaquetas ocorre por meio de anticorpos antiplaquetários que também podem afetar os megacariócitos a nível da medula. Os pacientes podem apresentar sangramento cutâneo e/ou mucoso e, em casos críticos, hemorragias com risco de vida. É a principal causa de trombocitopenia na infância e a despeito de ser uma patologia relativamente comum, há poucos dados disponíveis acerca da sua epidemiologia e de seu manejo clínico no Amazonas. Essa pesquisa mostra o perfil epidemiológico e as condutas indicadas no principal centro de referência em diagnóstico e tratamento de doenças hematológicas no estado (Fundação HEMOAM).

Objetivo geral

Caracterizar os pacientes pediátricos diagnosticados com PTI atendidos na Fundação HEMOAM.

Objetivos específicos

Descrever os dados demográficos dos pacientes diagnosticados com PTI atendidos entre janeiro de 2014 a janeiro de 2018; Descrever a apresentação clínica (manifestações hemorrágicas e história prévia de vacinas e infecções) e laboratorial dos pacientes (valor da plaqueta) ao diagnóstico; Descrever o número de pacientes que foram submetidos ao tratamento medicamentoso (uso de corticoide ou imunoglobulina) ou à conduta expectante como terapêutica inicial.

Material e métodos

O estudo foi retrospectivo e realizado através de levantamento de prontuário médico. Houve submissão e aprovação pelo comitê de ética. A população de estudo foi composta pelos pacientes do estado do Amazonas na faixa etária pediátrica atendidos com diagnóstico de PTI. As variáveis de interesse foram o sexo, idade, naturalidade, procedência, história prévia de infecção e/ou vacinação, presença de manifestação hemorrágica, valor da plaqueta ao diagnóstico e conduta terapêutica escolhida. Os dados foram analisados através de estatística descritiva.

Resultados

Entre os casos de PTI, 59,4% eram meninas e 40,6% meninos. As idades variaram de 2 meses a 14 anos e a faixa etária mais acometida foi de 0 a 4 anos (43,8%). Em sua maioria os pacientes eram naturais e procedentes da capital-Manaus (75,9% e 77,4% respectivamente). A história de infecção prévia foi relatada por 53,1% dos pacientes sendo a maioria infecções de vias aéreas superiores (70,6%). Manifestações hemorrágicas foram descritas em 93,8% dos casos sendo que a apresentação mais frequente foi a de sangramento cutâneo. 34,4% das crianças apresentaram contagem de plaquetas < 10.000. Em relação à conduta inicial, 50% foi expectante e 50% medicamentosa, sendo que em 87,5% dos casos tratados foi utilizado corticosteroide e 12,5% imunoglobulina intravenosa.

Discussão

Esta pesquisa confirmou os dados da literatura referentes aos conceitos diagnóticos da doença e às características dos pacientes. Em relação à conduta terapêutica há bastante divergência na literatura, o que se mostrou presente na pesquisa, haja vista a divisão em 50% para cada opção (expectante ou medicamentosa). Observou-se que o medicamento de escolha foi o corticoesteróide oral, provavelmente pelo seu baixo custo e facilidade posológica, ainda que possuindo diversos efeitos colaterais.

Conclusão

A despeito de poucos dados publicados sobre o tema na região e por ser uma doença hematológica frequente, espera-se que essa pesquisa venha contribuir com informações acerca do perfil clínico-epidemiológico e da abordagem terapêutica da PTI no Amazonas.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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