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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S595 (Outubro 2023)
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICAS DE CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME ATENDIDAS COM EVENTOS AGUDOS NO HC-UFTM
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AFB Soares, FB Vito, HM Souza
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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Introdução/objetivo

A Doença Falciforme (DF) é uma patologia grave, que apresenta risco à vida do indivíduo e é considerada a uma das doenças genéticas de maior incidência no Brasil, sendo Minas Gerais o terceiro estado com maior prevalência. Caracteriza-se clinicamente por crises vaso-oclusivas, que acometem órgãos e tecidos como cérebro, pulmão, ossos, rim e baço, geralmente dolorosas e muitas vezes acompanhadas ou precedidas de processos infecciosos e febre. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar as causas e a frequência dos eventos agudos em crianças com doença falciforme atendidas pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM).

Material e métodos

Trata-se de estudo descritivo, observacional, e transversal a partir de dados de prontuários. A amostra envolve internações de crianças (< 18 anos) com DF no Pronto Socorro (PS) do HC-UFTM devido à crise vaso-oclusiva e/ou febre, no período compreendido entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022. Variáveis demográfica, epidemiológica e clínica foram analisadas, a partir de estatística descritiva, apuração de frequências, medidas descritivas e teste t Student, com nível de significância de 5%.

Resultados

Dos prontuários de pacientes atendidos na PS no período, foram identificadas 292 ocorrências de eventos agudos em 59 crianças com DF que atenderam os critérios de inclusão. Quanto ao perfil demográfico e epidemiológico, a idade variou de 0 a 17 anos e 11 meses, com média de 7,18 anos; 66,44% dos eventos se manifestaram no intervalo de 0 a < 10 anos de idade; 52,54% eram do sexo masculino, respondendo a 51,04% dos eventos registrados e 47,46% do sexo feminino com 48,97% dos eventos (p = 0,75). Quanto à procedência, 37,28% eram de Uberaba, com 35,95% dos eventos, enquanto os demais 62,72% eram de outras cidades, respondendo por 64,05% dos eventos (p = 0,85); 24,54% eram brancos (22,42% dos atendimentos), enquanto 75,86% eram não brancos (77,58% dos eventos) (p = 0,68). Quanto ao tipo de hemoglobinopatia, 52,54% possuíam anemia falciforme (HbSS) e corresponderam a 61,30% dos eventos e 45,76% a Doença Falciforme (HbSC/HbSF/HbSB) e corresponderam a 38,70% dos eventos (p = 0,23). Destes, a AF foi diagnosticada em 56,82% dos não brancos e em 35,71% dos brancos. Em ralação ao motivo que desencadeou o evento, nos pacientes HbSS, 49,72% foram gerados por crise álgica, enquanto 50,28% foram desencadeados por outras causas. Na DF 56,90% foram desencadeados com crise álgica e 43,10% foram gerados por outras comorbidades.

Discussão

Apesar da análise preliminar apontar algumas correlações, a análise estatística não mostrou diferença significativa entre os grupos. Esses resultados podem sugerir que novos estudos com número maior de participantes sejam necessários ou novas correlações devam ser exploradas. Assim, é relevante considerar que há uma multiplicidade de fatores que podem estar envolvidos nos motivos que possam desencadear as crises, principalmente o uso da hidroxiureia empregada, especialmente, naqueles com anemia falciforme.

Conclusão

O presente estudo, desenvolvido em um único hospital, possui limitações inerentes ao seu tamanho e desenho. Conclui-se que estudos maiores envolvendo mais instituições são essenciais para obtermos conclusões de maior impacto na prática clínica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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