Traçar um perfil epidemiológico e clínico dos pacientes portadores de Leucemia Linfocitica Crônica (LLC) atendidos no Complexo Hospitalar de Sorocaba (CHS).

Avaliação de prontuários de pacientes com diagnóstico de LLC nos últimos 3 anos, visando computar características demograficas, clínicas, laboratoriais, estadiamento, terapêutica e situação atual. Os dados compilados serão inseridos no Registro Brasileiro de Leucemia Linfocitica Crônica.

Foram avaliados 35 pacientes, dos quais 9 mulheres (37%) e 15 homens (63%). A média de idade dos pacientes ao diagnóstico foi de 68 anos, sendo 25 pacientes brancos (71,5%), 1 negro (3%) e 9 sem informação no prontuário (25,5%); quanto à procedência, 17 pacientes moradores de cidades vizinhas (77%) e 7 no município de Sorocaba (23%). Quanto aos sintomas e sinais ao diagnóstico, 2 pacientes manifestaram febre (6%), 1 sudorese noturna (3%), 8 emagrecimento (24%), 18 linfonodomegalias (52%), 9 fadiga (26%), 11 esplenomegalia (31%), além de 13 assintomáticos (37%) e 8 sem informações disponíveis (24%). Em relação aos dados laboratoriais, 33 pacientes manifestaram linfocitose (95%), 11 anemia (31,5%), 5 neutropenia (14%), 10 plaquetopenia (28%). As imunofenotipagens indicaram positividade de CD-5 em 32 pacientes (91,5%), CD-19 em 23 (65%), CD-20 em 22 (63%) e CD-23 em 27 (77%). Observou-se 20 pacientes no estágio A (57%), 8 no estágio B (23%) e 7 no estágio C (20%) de Binet. Quanto ao tratamento, 15 pacientes fizeram uso de Clorambucil (43%), 7 de FC (20%), 4 de COP (11,5%), 2 de mini CHOP (6%), 2 de FC light (6%), 1 de Fludarabina + Prednisona (3%), 1 de Pulsoterapia (3%), 1 de Ciclofosfamida (3%), 1 de Clorambucil + Prednisona (3%) e 13 não realizaram tratamento (37%).

O predomínio de homens e a média de idade ao diagnóstico seguem o descrito na literatura. A etnia majoritariamente branca condiz com a maioria dos estudos. Os principais sintomas apontados na literatura, como fadiga, fraqueza, perda de peso, linfadenopatia e esplenomegalia foram observados, porém os pacientes assintomáticos não foram tão prevalentes como o previsto. A linfocitose esteve presente em 95% dos pacientes, seguindo o padrão esperado na literatura. Porém, não houve uma prevalência importante de citopenias. As imunofenotipagens com expressão de CD-5, CD-19, CD-20 e CD-23 foram características. Quanto ao estadiamento de Binet, a maioria dos pacientes foi diagnosticada no estágio A (57%). Por conta disso, seria previsto uma conduta mais expectante, no entanto, 63% dos pacientes realizaram tratamento. Isso se deveu à menor proporção de pacientes assintomáticos em relação à literatura, o que definiu a indicação de tratamento. Quanto às medicações, há um predomínio do uso de Clorambucil, pelas características dos pacientes e por ser um serviço que atende o SUS.