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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S251 (Outubro 2021)
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CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS AO SUCESSO NA MOBILIZAÇÃO EM CANDIDATOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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PRMP Pederzolia, LA Costaa, MC Martinsa, NG Cruza, RK Andradea, MRIS Libânioa, KL Prataa, B Custerb,c, AR Belisárioa
a Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais, Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas), Belo Horizonte, MG, Brasil
b Vitalant Research Institute, San Francisco, Estados Unidos
c Department of Laboratory Medicine, University of California San Francisco (UCSF), San Francisco, Estados Unidos
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Introdução

O transplante de medula óssea (TMO) autólogo é uma modalidade de tratamento para vários tipos de doença. A predição do sucesso na mobilização pode ser útil para otimizar a coleta de células progenitoras hematopoéticas (CPH). O objetivo foi identificar características que podem influenciar a eficácia da mobilização e criar um modelo de predição de sucesso da mobilização em candidatos ao TMO do estado de Minas Gerais.

Materiais e métodos

Tratou-se de estudo retrospectivo, sendo que foram analisados dados dos pacientes candidatos ao TMO autólogo entre 09/2015 e 12/2019. Os participantes foram assistidos em cinco hospitais e os procedimentos laboratoriais foram realizados no Centro de Processamento Celular (CPC) do Cetebio/Fundação Hemominas. Os prontuários dos participantes foram revistos para obtenção das seguintes informações: sexo, idade, peso, diagnóstico, esquema de mobilização, ciclo de mobilização, número de esquemas prévios de quimioterapia, radioterapia prévia e sorologia positiva. Os dados laboratoriais analisados foram contagem de células CD34+ e o hemograma da amostra de sangue periférico (SP) pré-coleta. A contagem de células CD34+ foi realizada usando o protocolo ISHAGE. O hemograma foi realizado utilizando contador automatizado (SYSMEX XN-1000 AS-01). O desfecho estudado, mobilização boa, foi definido como a contagem de células CD34+ viáveis ≥ 20/uL no SP. A regressão logística foi usada para determinar o efeito independente de cada covariável no desfecho estudado.

Resultados

a população do estudo consistiu em 559 pacientes, sendo 297 (53,1%) do sexo masculino. A mediana de idade foi 54 (20) anos. O mieloma múltiplo foi o diagnóstico mais comum (n = 323; 57,8%), seguido de linfoma não Hodgkin (n = 106; 19%) e linfoma de Hodgkin (n = 100; 17,9%). Dos 559 participantes, 321 (57,4%) eram bons mobilizadores. Das variáveis laboratoriais, a viabilidade das células CD34+ (OR = 1,2; IC95%: 1,11-1,30; p < 0,001), o VCM (OR = 0,92; IC95%:0,87-0,95; p < 0,001), o nRBC (OR = 3006,5; IC95%: 42,1-214.711,3; p < 0,001) e a contagem de granulócitos imaturos (OR = 1,43; IC95%: 1,30-1,57; p < 0,001) foram significativamente associadas à mobilização boa no modelo multivariado. Além disso, os participantes com diagnóstico de mieloma múltiplo apresentaram chance 2,8 vezes (OR = 2,82; IC95%: 1,76-4,5; p < 0,001) maior de serem bons mobilizadores se comparado aos pacientes com linfoma. Participantes que realizaram a coleta no primeiro ciclo de mobilização apresentaram chance 3,6 vezes (OR = 3,63; IC95%: 1,59-8,28; p = 0,002) maior de serem bons mobilizadores.

Discussão

O CPC do Cetebio atende nove centros transplantadores. Os centros que realizam a coleta das CPH estão localizados entre 40 a 568 km de distância do Cetebio (local de quantificação de células CD34+). A predição do desfecho da mobilização pode permitir a adoção de medidas complementares como, por exemplo, o uso de plerixafor. Além disso, permitiria otimizar a coleta de CPH por aférese. Assim, seria possível evitar dias adicionais de coleta, reduzindo custos e riscos relacionados à administração de doses adicionais de G-CSF, manutenção de cateter e internação hospitalar prolongada.

Conclusão

O sucesso na mobilização foi maior nos participantes que fizeram o primeiro ciclo de mobilização e que apresentavam diagnóstico de mieloma múltiplo. Além disso, níveis maiores de nRBC, granulócitos imaturos e viabilidade das células CD34+, bem como níveis menores de VCM foram associados ao sucesso na mobilização.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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