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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S542 (Outubro 2022)
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AVALIAÇÃO DOS VALORES ENCONTRADOS EM DOSAGENS SERIADAS DE DÍMEROS-D, EM NÍVEL AMBULATORIAL, DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
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IM Menezes, DA Monteiro, BS Fernandes, TA Barros
Grupo Fleury Laboratórios, Brasil
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Objetivos

Analisar criticamente os valores encontrados em dosagens repetidas de dímeros D, no mesmo paciente, dentro de intervalos menores de seis meses, em nível ambulatorial.

Materiais e métodos

Foram filtrados da base de dados do grupo Fleury Laboratórios os pacientes que tiveram dosagens de dímeros-D repetidas entre dezembro de 2021 e maio de 2022. Desses, foram extraídos idade, sexo e os valores encontrados. A análise dos dados foi realizada levando em conta a variação máxima entre as dosagens seriadas de cada paciente, a normalização dos valores alterados e o tempo entre primeira e segunda coletas. Excluídos pacientes internados.

Resultados

Foramincluídos 1328 pacientes na análise com 3287 dosagens realizadas. Mediana de idade dos pacientes foi 60 anos com predomínio do sexo feminino (71%). Já apresentavam na primeira dosagem resultados acima do cutoff utilizado (500 ng/mL) 67,5% dos pacientes. Desses, somente 28% tiveram normalização de seus resultados nas visitas subsequentes. As repetições ocorridas em intervalo inferior a 30 dias representaram 43,3% e as variações máximas encontradas entre os resultados do mesmo paciente foram acima de 10%, 20% e 50%, respectivamente, em 77,4%, 61,2% e 31,7%. Ao analisarmos os pacientes com dosagem inicial do dímero-D acima de 1.000 ng/mL, somente 19% apresentaram normalização de seus valores.

Discussão

A dosagem de dímeros-D reflete a atividade do sistema fibrinolítico e, pelo seu elevado valor preditivo negativo, tem como principal utilidade afastar eventos tromboembólicos em pacientes de baixa ou moderada probabilidades pré-teste. Durante a pandemia de CoViD-19 o exame foi descrito na literatura científica como possível marcador prognóstico em paciente internados. Nesse contexto, a sua dosagem ambulatorial foi adotada por parte da comunidade médica para o acompanhamento da coagulopatia nos pacientes acometidos. No entanto, essa monitorização seriada em pacientes sem sinais ou sintomas tromboembólicos, não foi adequadamente validada e não deve definir condutas terapêuticas ou profiláticas. Além disso, sua repetição em intervalos menores do que seis meses raramente está indicada dentro de protocolos validados cientificamente. Os achados aqui expostos mostram, no entanto, que essa prática é frequente e a variação de valores encontrada no mesmo paciente costuma ser elevada, embora somente uma minoria apresente a sua normalização.

Conclusão

A dosagem seriada dos dímeros-D fora do contexto de investigação de doença tromboembólica carece de evidências e deve ser desencorajada para a tomada de decisões clínicas. As variações em curtos intervalos encontradas foram grandes para o mesmo paciente e podem ser explicadas por diversos fatores clínicos inespecíficos ou pré-analíticos. Entretanto, a normalização dos valores, perseguida pelos médicos solicitantes ocorreu na minoria dos casos, não alcançando sequer 20% dos pacientes que apresentam dosagem inicial acima de 1.000 ng/mL.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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