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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S36 (Outubro 2021)
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ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR A PACIENTES COM ANEMIA APLÁSTICA
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AA Ferreira, CMAS Vieira, D Wagner, FR Reis, STF Grunewald
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
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Objetivo

Descrever um modelo de assistência ambulatorial e multidisciplinar aos pacientes com anemia aplástica (AA) utilizado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF).

Métodos

Desde 2016 o atendimento ambulatorial de indivíduos com AA vem sendo remodelado no HU-UFJF com a proposta de realizar consultas médicas, coleta e avaliação de exames laboratoriais e transfusões de hemocomponentes, em sequência, centralizados todos no mesmo setor do hospital e no mesmo dia da semana, buscando otimizar o tempo despendido pelos pacientes. Nesse momento também são oferecidos atendimentos das equipes de enfermagem e avaliações dos serviços de psicologia, odontologia, nutrição, fisioterapia e serviço social, almejando uma integralidade focalizada da atenção à saúde.

Resultados

35 pacientes com AA, de 3-74 anos, de 18 municípios da região foram acompanhados no ambulatório nesse período. Todos optaram pelo padrão de seguimento descrito, diminuindo assim os múltiplos deslocamentos entre diversos serviços de saúde que, anteriormente, eram responsáveis por etapas isoladas como exames, transfusões ou consultas. Nas fases iniciais do tratamento, os pacientes foram avaliados pela equipe, em média, uma vez por semana, até que houvesse resposta ao tratamento medicamentoso ou transferência do paciente a um serviço de transplante de medula. Houve um baixo índice de absenteísmo nos atendimentos propostos, o que pode ser considerado um indicador de boa adesão ao modelo.

Discussão

A AA é uma doença bastante rara, com alta morbidade e letalidade. A assistência exigida pelo paciente é complexa, tanto pela gravidade das manifestações que requerem condutas imediatas e acuradas, quanto pelo risco da desagregação do cuidado em um contexto de pouca disseminação do conhecimento sobre uma condição de baixa incidência. As demandas são muitas e bastante variáveis e podem ser médicas ou não médicas, destacando-se as infecções, sangramentos, altas necessidades transfusionais, distúrbios bioquímicos e eletrolíticos, efeitos colaterais de medicamentos, intolerância aos esforços, fadiga, problemas relacionados a acesso vascular para coleta de exames ou transfusões, hiperplasia gengival, restrições alimentares ou de atividades, medo, ansiedade, depressão, isolamento, afastamento das atividades escolares e/ou laborativas, escassez de recursos sociais entre muitas outras. A lentidão na resolução dos problemas, a atenção fragmentada em condutas divergentes, a falta de comunicação entre serviços de saúde e os frequentes deslocamentos dos pacientes com citopenias graves se somam para um risco ainda mais alto de complicações. Como alternativa a esse cenário, um modelo multidisciplinar ambulatorial tem sido construído no HU-UFJF com o intuito de permitir uma abordagem ágil e ampla, porém centralizada, visando sempre melhorar a qualidade de vida dos pacientes com AA.

Conclusão

Ao procurar compreender e manejar a AA como processo biológico, psicológico e social, a abordagem multidisciplinar tem se mostrado capaz de aumentar a adesão ao programa terapêutico, reagindo com eficiência às necessidades de saúde dos pacientes com AA.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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