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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S3 (Outubro 2021)
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ANEMIAS MICROCÍTICAS-HIPOCRÔMICAS: ANÁLISE ETIOLÓGICA EM 8 ANOS DE ATENDIMENTO
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1258
ML Pulsa, AAL Pulsb
a Santa Casa de Araraquara (SCA), Araraquara, SP, Brasil
b Clínica GastroHematológica Ararense (CGHA), Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic (FMSLM), Araras, SP, Brasil
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Objetivo

Descrição da experiência dos últimos 8 anos de acompanhamento e diagnóstico etiológico das anemias microcíticas-hipocrômicas em serviço médico de hematologia & hemoterapia no interior do estado de São Paulo.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo e observacional realizado a partir de dados obtidos via análise de prontuários eletrônicos de portadores de anemias microcíticas-hipocrômicas admitidos e em acompanhamento de janeiro de 2012 (ano de implantação do sistema de prontuários eletrônicos nesta instituição) a dezembro de 2020 em serviço médico especializado em hematologia no interior paulista. Incluídos neste trabalho pacientes com idade superior a 18 anos, com hemograma apresentando Hb inferior a 13 em indivíduos masculinos ou inferior a 12 em femininos (conforme definição universal de anemia pela WHO technical support series no. 405, 1968), VCM inferior a 80 fL e HCM inferior a 26, que realizaram adequadamente todas as etapas da investigação proposta. Excluído gestantes.

Resultados

De janeiro de 2012 a dezembro de 2020, nosso serviço atendeu a um n = 3.055 pacientes com hemograma admissional (ou externo usado como motivo de encaminhamento), compatível com anemia microcítica-hipocrômica. Desses pacientes, n = 1.124 apresentaram todos os critérios de inclusão para análise de dados neste trabalho. Destes, 667 (59,34%) pertenciam ao gênero feminino. Idade média de 45,89 anos ±17,31 (extremos de 18 e 87 anos). Esses pacientes foram inicialmente submetidos à avaliação do perfil de ferro, sendo que, 782/1.124 (69,57%) apresentaram uma ou mais alterações laboratoriais compatíveis com anemia ferropênica. Os pacientes não-ferropênicos foram inicialmente avaliados quanto a presença de hemoglobinopatias, confirmada em 98/342 (28,65%) dos casos desse subgrupo, com 86/98 (87,75%) beta-talassemias minor e 10/98 (10,20%) beta-talassemias intermedia. Pacientes ferropênicas femininas foram 408/782 (52,17%) casos. Em nossa instituição, estas são primeiramente avaliadas por especialista quanto a possíveis causas ginecológicas, sendo as etiologias mais frequentes a miomatose uterina submucosa ou intramural em 285/408 (69,85%) casos e hemorragia pós-menopausa por atrofia endometrial em 60/408 (14,70%) pacientes. 52 pacientes ferropênicas sem causa ginecológica plausível foram submetidas e endoscopia alta e colonoscopia, das quais 12/52 (23,07%) receberam diagnóstico de neoplasia colorretal. Pacientes masculinos com ferropenia foram 374/782 (47,82%) casos. Estes são submetidos a colonoscopia e endoscopia alta, dos quais, 110/374 pacientes apresentaram diverticulose (29,41%), 79/374 (21,12%) portavam neoplasia colorretal e 25/374 (6,68%) possuíam pólipo sangrante. 119/374 (31,81%) pacientes apresentaram úlcera gástrica ou duodenal e 7/374 (1,87%) foram diagnosticadas com neoplasia gástrica. Pacientes ferropênicos sem causa ginecológica com investigação endoscópica normal foram submetidos à cápsula endoscópica, que observou três pacientes com malformações vasculares.

Discussão

A maioria dos pacientes apresentou etiologias não-nutricionais. Existem vários guidelines para descartar causas orgânicas em anemias microcíticas hipocrômicas. Conforme realizado em nossa instituição, a avaliação sistemática possibilita, muitas vezes, o diagnóstico de causas reversíveis e potencialmente fatais se não abordadas.

Conclusão

É imperioso que se descubra a etiologia da anemia, devendo as causas nutricionais serem diagnóstico de exclusão em adultos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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