Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S125-S126 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S125-S126 (Outubro 2021)
Open Access
ANÁLISE DOS ÓBITOS POR LEUCEMIA MIELOIDE NO BRASIL (2010-2019)
Visitas
1067
CVCD Nascimento, TLGP Braga, BSV Ishigaki, JPDR Costa, LM Castro, AMDS Tunas, SC Franco
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Objetivos

A leucemia é o 9° câncer mais comum nas mulheres e o 11°entre os homens. Diante da sua prevalência, o presente estudo busca realizar uma análise da mortalidade por leucemia mieloide no Brasil de 2010 a 2019.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo quantitativo com busca de dados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), e dados demográficos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir disso, foi calculada a mortalidade geral no Brasil por Leucemia Mieloide (LM) entre os anos de 2010 a 2019, com as informações referentes aos óbitos por residência, avaliando-se por regiões brasileiras, idade, sexo e cor/raça.

Resultados

Foram identificados 30.941 óbitos por LM em 10 anos no Brasil, com média (n) de 3094,1 óbitos/ano. O período de 2015 a 2019 manteve os valores de mortes acima da média, sendo o maior índice referente a 2019 (n = 3521). Em relação à Região, a Sudeste apresentou maior média de 1536 óbitos/ano, seguida por Nordeste (n = 6428) e Sul (n = 5315). Contudo, na análise da taxa de mortalidade média (M) o Sul obteve maior com 18,39 óbitos para um milhão de habitantes, seguido por Sudeste (M = 18,11) e Centro-oeste (M = 14,92), todos estes acima da média do país que foi de 15,31. Quanto à variável idade (categorizada a cada 10 anos), notou-se um possível aumento linear de óbitos com os anos, apresentando crescimento médio de 20,34% entre a comparação com a classe anterior. A idade que apresentou mais mortes foi a de 70 a 79 anos (19,49%), em ordem 60 a 69 (18,41%) e 80 anos e mais (15,17%). Outrossim, na análise do sexo, identificou-se que o masculino foi mais prevalente em todos os anos e regiões. Quanto à cor/raça, foi perceptível que houve maior mortalidade em pessoas autodeclaradas brancas (61,3% no Brasil), exceto nas regiões Norte e Nordeste, nos quais a cor parda prevalece, 63,1% e 54,7% respectivamente.

Discussão

O SIM apresenta uma limitação para a interpretação dos dados apresentados, uma vez que o sistema não permite diferenciação entre os óbitos ocorridos por LM Aguda (LMA) e Crônica (LMC). Além disso, a maior mortalidade em pacientes de 60-80 anos acorda com a estatística mundial, cuja média é de 72 anos, sendo relevante haja vista que os avanços no tratamento não impediram essa população de terem um prognóstico mais severo. Outrossim, a predominância masculina nos índices possivelmente tem relação com alterações no gene KDM6A, associadas a recidivas e resistência à quimioterapia. Também, a hegemonia da raça branca assemelha-se a padrões dos Estados Unidos, devido ao metabolismo da quimioterapia e à sua maior facilidade de acesso à saúde. No entanto, a predominância na região Norte e Nordeste se aproximou de um estudo realizado na Bahia, devido à maior população parda na região. Ademais, outro ponto relevante é a performance status do paciente, pois é uma variável que pode modificar o prognóstico dos que recebem esse diagnóstico.

Conclusão

O perfil de óbitos por LM no Brasil segue o padrão mundial, diferindo apenas quanto a características raciais em algumas regiões. No entanto, em função da limitação de acesso a dados, que permitam mapear os perfis isolados dos óbitos referente à LMC e à LMA, faz-se essencial a elaboração de estudos que os realize, a fim de identificar se há a presença de semelhança com resultados mundiais e se há disparidades regionais em relação ao perfil e à taxa de mortalidade.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas