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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S419 (Outubro 2021)
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ANÁLISE DE PADRÕES HEMATOLÓGICOS COMO FERRAMENTA PREDITIVA PARA AVALIAR O RISCO DE ÓBITO EM PACIENTES COM COVID-19
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AP Silva, AC Lira, MV Diniz, AVD Nascimento, WRC Silva, GR Aguiar, VR Silva, K Lima
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
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Desde sua ascensão no final de 2019, o SARS-CoV-2 infectou mais de 200 milhões de pessoas e causou mais de 4 milhões de mortes no mundo. Apesar das complicações no trato respiratório serem o principal sinal da infecção pelo vírus, alterações em outros sistemas corporais foram associadas à evolução da doença. Dentre elas, alterações hematológicas e imunológicas têm sido descritas e usadas para determinar o prognóstico da doença, pois achados como a linfopenia, plaquetopenia e neutrofilia parecem refletir na severidade dos pacientes.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado a partir dos dados de 100 (cem) pacientes internados na UTI COVID do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Foram coletados, a partir de arquivos medicos, os dados referentes aos valores de hemoglobina e das contagens absolutas dos leucócitos totais, linfócitos, neutrófilos e plaquetas. Os níveis desses parâmetros foram comparados entre os pacientes que receberam alta da UTI (n = 52) ou evoluíram para o óbito (n = 48). A mediana dos valores entre os grupos foi usada para encontrar a significância estatística que justificasse o desfecho da doença, relacionado ao óbito (p < 0,05). RESULTADOS: Ao serem comparados aos pacientes que receberam alta, o grupo que evoluiu a óbito obteve valores menores na dosagem da hemoglobina (9 g/dL contra 13 g/dL, p < 0,001), valores maiores de leucócitos totais (10.770/ mm3 contra 10.170/ mm3, p=0,05) e neutrófilos (8.645/mm3 contra 7.725/mm3, p = 0,03). Apesar do grupo que evolui a óbito também apresentar menores valores de plaquetas (220.000/mm3 contra 238.500/mm3, p = 0,09) e linfócitos (710/mm3 contra 950/mm3, p = 0,07) ao comparar-se ao grupo de alta, não se observou significância estatística. DISCUSSÃO: O presente estudo mostrou que, em pacientes com Covid-19 internados em UTI, altos valores de leucócitos totais e neutrófilos e baixos valores de hemoglobina estão significativamente relacionados ao óbito. O aumento de leucócitos e neutrófilos teria sido relacionado com a co-infecção com outros patógenos hospitalares, enquanto que a diminuição da hemoglobina pode ser causada pelo aumento da IL-6, visto que, essa encontra-se aumentada na doença promovendo a elevação da hepcidina, que inibe a absorção do ferro e afeta a síntese de hemácias. Embora não tenha sido observada significância entre os valores de linfócitos de pacientes que receberam alta ou morreram, é possível observar que os linfócitos estão abaixo ou no limite inferior do valor normal, podendo ser um fator associado à gravidade geral e não ao óbito nas UTIs. CONCLUSÕES: Observamos que pacientes com Covid-19 em estado grave têm marcadas alterações hematológicas. Dentre elas, os valores baixos de hemoglobina foram os mais preditivos em pacientes que progrediram para o óbito ou alta. Sendo assim, a hemoglobina deve ser considerada na avaliação de risco dos pacientes e investigada quanto a sua participação na doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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