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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S537-S538 (Outubro 2021)
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Páginas S537-S538 (Outubro 2021)
COVID-19 – MULTIDISCIPLINAR
Open Access
ALTERAÇÕES NOS SUBTIPOS DE MONÓCITOS (CMO, IMO E NCMO) NA COVID-19 E SUA RELAÇÃO COM A GRAVIDADE DA DOENÇA
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1898
LO Waltera, CC Cardosoa,b, IM Santos-Piratha,b, HZ Costab, R Gartnera, I Werlea, ACR Moraesa, IF Kretzera, EM Dalmarcoa, MC Santos-Silvaa
a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
b Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, Florianópolis, SC, Brasil
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Vol. 43. Núm S1
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Objetivos

Este estudo teve como objetivo avaliar as frequências e números absolutos de monócitos e seus subtipos: clássico (cMo), intermediário (iMo) e não clássico (ncMo) em pacientes com COVID-19, a fim de esclarecer sua relação com as alterações do sistema imunológico periférico e a gravidade da doença.

Material e métodos

Este estudo incluiu um total de 30 controles saudáveis (CS) e 157 pacientes com COVID-19. Os pacientes hospitalizados foram atendidos no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago e Hospital Nereu Ramos. A gravidade da doença foi classificada como leve (n = 36), moderada (n = 30), grave (n = 32) e crítica (n = 59). Os monócitos foram subclassificados de acordo com a expressão de CD14 e CD16 em: cMo (CD14++CD16-), iMo (CD14+CD16+) e ncMo (CD14-/CD16+). Para analisar a expressão de HLA-DR nos subtipos de monócitos, a intensidade de fluorescência média (IFM) desse marcador foi avaliada. Em seguida, os valores das razões de IFM foram comparados entre os grupos.

Resultados

Os pacientes com COVID-19 não apresentaram diferença significativa na contagem absoluta de monócitos quando comparados aos CS. Nos valores relativos, foi observada uma redução nos pacientes graves (p < 0,001). Já em relação aos subtipos de monócitos, foram encontradas diferenças significativas no valor percentual dentro do compartimento monocítico. Foi observado um aumento de cMo, principalmente nos casos de moderado a crítico (p < 0,001), no entanto, houve uma redução expressiva de ncMo, com redução de mais de 30× nos pacientes críticos quando comparado aos CS (p < 0,001). As frequências de iMo não apresentaram variação quando comparadas aos CS. Além disso, nos pacientes com quadro leve foi observado um aumento da expressão de HLA-DR pelos monócitos, quando comparados aos CS, que decai a partir dos pacientes moderados e reduz de forma mais expressiva nos pacientes graves e críticos (p < 0,001). Em relação aos subtipos de monócitos, esse padrão se repete, com um aumento de HLA-DR nos cMo, iMo e ncMo nos pacientes leves e uma redução significativa, principalmente nos quadros grave-crítico (p < 0,001). Essa redução ocorre principalmente nos cMo, o que levou a um aumento da razão HLA-DR iMo/cMo nos pacientes moderado-crítico (p < 0,001).

Discussão

A COVID-19 é uma infecção respiratória causada pelo SARS-CoV-2, onde diversos estudos demonstram uma ligação entre a resposta imune do hospedeiro e a gravidade da doença. Nesse contexto, os monócitos circulantes possuem funções pró-inflamatórias e de resolução. Várias evidências indicam que essas células desempenham um papel importante na imunopatogênese da doença, uma vez que a resposta hiperinflamatória induzida pelo vírus parece ser a principal causa de gravidade da doença. Os resultados apresentados demonstram uma alteração no compartimento dos monócitos, com aumento de cMo e redução expressiva de ncMo, alterações que se mostram relacionadas com o aumento da gravidade da doença. Além disso, em pacientes com quadros mais severos, foi observada uma redução na expressão de HLA-DR, um MHC de classe II, o que indica um possível quadro de imunossupressão.

Conclusão

Os resultados obtidos demonstram uma correlação dos subtipos de monócitos com a gravidade da doença, o que poderá servir como um possível marcador de prognóstico em pacientes com COVID-19.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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