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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S448 (Outubro 2021)
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ODONTOLOGIA
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ALTERAÇÃO BUCAL EM PACIENTE PORTADOR DE LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA JUVENIL - RELATO DE CASO
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LJ Neves, AAL Junior, MF Correa, IP Silva, VT Neto, FL Coracin, NC Villela, RS Ferreira, LF Lopes, KSM Macari
Hospital de Câncer Infantojuvenil de Barretos, Barretos, SP, Brasil
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Introdução

A leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ) é caracterizada pela produção anômala de monócitos e granulócitos que infiltram diferentes órgãos, incluindo baço, fígado, pulmões e trato gastrointestinal. É bastante rara, correspondendo de 2-3% das hemopatias malignas infantis, geralmente apresentando-se abaixo dos dois anos de idade, com predominância no sexo masculino. Apresenta curso clínico variável, geralmente com rápida progressão e os sintomas podem incluir palidez, febre, tosse, dificuldade para respirar, lesões cutâneas, sangramentos e aumento do baço e do fígado.  Pode haver infiltração de qualquer tecido ou órgão. Tecidos periodontais podem apresentar alterações e a sintomatologia dolorosa é relatada. Esta dor pode simular odontalgia e ser causada pela presença de grande número de células malignas nos capilares do espaço do ligamento periodontal, do tecido ósseo e do tecido pulpar dos dentes da área envolvida. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente pediátrico que apresentou infiltrado celular em mandíbula após transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH).

Caso clínico

Paciente do sexo masculino, 5 anos de idade, portador de LMMJ foi submetido a TCTH alogênico aparentado em agosto de 2017, com regime de condicionamento mieloablativo (bussulfano, ciclofosfamida e melfalano), apresentando recaída precoce em setembro de 2017. Enquanto aguardava pelo segundo TCTH, foi internado com progressão de doença e quadro de neutropenia febril. Evoluiu com sinusopatia e pneumonia, sendo solicitada avaliação odontológica por queixa de odontalgia aguda no elemento 73. Ao exame físico, observou-se higiene bucal deficiente, fluxo salivar reduzido, mucosas normais e elemento 73 sem mobilidade ou qualquer outra alteração clínica. Ao exame de imagem verificou-se área osteolítica na região, sugestiva de infiltrado celular. A sintomatologia dolorosa foi controlada por medicações e, posteriormente, iniciou-se mobilidade nos elementos 73, 72, 71 e 81, com discreta área esbranquiçada e retração gengival na distal e lingual do 73, evoluindo com necrose tecidual, perda espontânea do elemento e exposição óssea na região. Foram mantidas as avaliações clínicas para acompanhamento do caso, sendo orientada a realização de higiene bucal com solução de clorexidina a 0,12% e realizada laserterapia local para analgesia e reparação tecidual. Paciente seguiu em acompanhamento pela equipe, sem resposta ao tratamento, apresentando piora da doença e evoluindo a óbito.

Discussão

As alterações bucais tem apresentação em formas de hemorragias, hiperplasias gengivais, infecções oportunistas e alterações ósseas e pode envolver qualquer região da boca. A terapeutica utilizada depende da condição sistemica do paciente e visa recuperar função e qualidade de vida com base em evidência.

Conclusão

O conhecimento e participação do cirurgião dentista, presente na equipe oncopediátrica, se faz necessário para o diagnóstico e manejo das possíveis complicações e manifestações bucais de doenças oncohematológicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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