Journal Information
Vol. 43. Issue S1.
Pages S408-S409 (October 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 43. Issue S1.
Pages S408-S409 (October 2021)
Open Access
UTILIZAÇÃO DO PLASMA FRESCO CONVALESCENTE EM PACIENTES DE ALTO RISCO DURANTE FASES PRECOCES DE INFECÇÃO POR COVID-19
Visits
1186
S Wendela, R Fachinia, R Achkara, P Scuracchioa, S Miyajia, M Erdensa, AS Helitob, M Bordignonb, A Songb, E Kallasb
a Instituto de Hemoterapia Sírio Libanês (IHSL), São Paulo, SP, Brasil
b Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 43. Issue S1
More info
Objetivos

Dentre o arsenal terapêutico atual contra a COVID-19, a terapia com plasma convalescente proveniente de doadores recuperados da COVID-19 (CCP), pode ser benéfica em pacientes de alto risco que estejam em fase precoce desta infecção, especialmente até o quinto dia de sintomas. Relatamos abaixo dados iniciais de uma série de pacientes de alto risco com infecção por SARS-CoV-2 que receberam esta terapêutica.

Material e métodos

As unidades de CCP foram coletadas por aférese e submetidas à titulação de anticorpos neutralizantes através da neutralização viral em placa. As unidades com títulos ≥ 160 foram liberadas para uso, constituídos pools de duas doações e submetidas ao tratamento de redução de patógenos pelo Intercept®. Os critérios de inclusão dos pacientes para o estudo foram: idade ≥ 60 anos, presença de comorbidades, diagnóstico confirmado de SARS-CoV-2 por RT-PCR e sintomas de COVID-19 com início ≤ 5 dias. Após solicitação médica e assinatura do termo de consentimento informado, os pacientes receberam pré-medicação (anti-histamínico) seguido de uma dose única de plasma convalescente (200 mL). O desfecho primário foi considerado óbito após 28 dias da transfusão e o secundário, internação após receber a transfusão ambulatorial.

Resultados

Estudamos 120 pacientes entre 01/01/2021 e 31/07/2021, sendo 37 (30,8%) pacientes internados devido à condição clínica no momento da transfusão e 83 (69,2%) ambulatoriais; 84 (70%) eram masculinos e 36 (30%) femininos. A média de idade foi de 66 anos. Quanto aos antecedentes vacinais: 40/120 (33,4%) haviam recebido pelo menos a primeira dose da vacina (período médio da vacina à transfusão de plasma de 46 dias) sendo 25/40 (62,5%) Coronavac, 14/40 (35%) Astrazeneca e 1/40 (0,5%) Pfizer. As comorbidades mais encontradas foram hipertensão arterial (57,5%), obesidade (36,7%), diabetes (28,4%), cardiopatia (25%), neoplasia (18,4%), imunodeficiência (13,4%) e pneumopatia (8,4%). Observamos 3 (2,5%) reações transfusionais leves (2 alérgicas, 1 RFNH), sem danos aos pacientes. Entre os pacientes internados, 5/37 (13,5%) foram a óbito, pela própria condição clínica de base, associada às comorbidades, principalmente imunossupressão. Tais óbitos ocorreram em média, 25 dias após a transfusão. Dos pacientes ambulatoriais, 14/83 (16,9%) internaram nos 28 dias seguintes à transfusão, permanecendo, em média, 15 dias no hospital. Neste grupo, houve apenas 1 (1,2%) óbito, por complicações hemorrágicas e cardiológicas, em paciente com importante imunossupressão por transplante hepático recente.

Discussão

Nossos dados demonstram a viabilidade do tratamento precoce na infecção pelo SARS-CoV-2 utilizando-se plasma convalescente com altos títulos de anticorpos neutralizantes em pacientes de alto risco, internados ou não, prevenindo, inclusive, internações subsequentes.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools