O interesse pela construção deste trabalho surge por meio da participação da pesquisadora como residente de Serviço Social no setor da Promoção à Doação de Sangue, na área da Hemoterapia do Instituto Estadual Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio). Atualmente, este instituto abastece aproximadamente 200 hospitais da rede pública e privada conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado do Rio de Janeiro, como unidades de emergência, de terapia intensiva, além de maternidades. Há a expedição mensal de cerca de 14 mil bolsas de sangue, apenas o serviço do setor de hematologia clínica desta instituição utiliza aproximadamente 1600 bolsas mensalmente. Nos dias atuais, o Hemorio possui capacidade para coletar até 500 bolsas de sangue por dia, o que seria suficiente para abastecer toda a hemorrede estadual, entretanto a média diária é de apenas 350 doadores de sangue, segundo dados encontrados no site do Hemorio. A supracitada instituição oferece algumas modalidades de ensino continuado, uma destas é a residência multiprofissional que se configura como um treinamento em serviço. E é como residente de Serviço Social, atuando na área de Hemoterapia, que a pesquisadora está inserida na referida instituição. Por meio disto, foi possível observar, durante orientação no salão dos doadores aos candidatos à doação de sangue, um número expressivo de mulheres que eram inaptas à doação, em razão de apresentarem a hemoglobina abaixo do mínimo permitido para mulheres doarem, que é de 12,5 g/dL. Diante deste fato surgiu o interesse em conhecer o perfil destas candidatas, pois a maior causa de inaptidão, segundo indicadores do Hemorio, é por anemia e a maior incidência de anemia é em candidatas do sexo feminino. A anemia é um problema de saúde pública – segundo o Ministério da Saúde (2014), no Brasil 29,4% das mulheres em idade fértil apresentam anemia – e é a principal causa de inaptidão clínica para a doação de sangue no Hemorio com 19,85% dos dados registrados. O objetivo do estudo é traçar o perfil das mulheres, em idade reprodutiva, inaptas provisórias à doação por apresentarem anemia. Para alcançar este objetivo, realizaremos uma entrevista que contribuirá para compreender o universo destas candidatas por meio de questões de cunho social, econômico, étnico-racial, demográfico, condições de moradia e saúde. O reconhecimento do perfil dos doadores é uma das principais estratégias para captá-los e fidelizá-los (FREITAS, 2016). Para tanto, realizaremos uma entrevista que nos permitirá conhecer o universo dessas mulheres, e assim, proporcionar, dados pertinentes ao Hemorio para serem construídas ações que aumentem o número de mulheres doadoras, bem como para diminuir o índice de inaptidão por anemia, e assim, possibilitar o alcance do ideal de doações necessárias para manter os estoques dos Serviços Hemoterápicos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3% a 5% da população deveria doar sangue para suprir a demanda da utilização dos componentes sanguíneos como terapêutica. Como Assistentes Sociais, possuímos um relevante papel neste processo em nossa formação acadêmica obtemos conhecimento teórico e técnico para melhor identificar os fatores que incidem no processo saúde-doença dos usuários dos serviços de saúde. Logo, isto possibilitará uma melhor apreensão da totalidade do perfil das mulheres inaptas provisórias para a doação de sangue por anemia.
Journal Information
Vol. 43. Issue S1.
Pages S354-S355 (October 2021)
Vol. 43. Issue S1.
Pages S354-S355 (October 2021)
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UM OLHAR SOBRE AS MULHERES INAPTAS À DOAÇÃO DE SANGUE POR ANEMIA
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TD Santos
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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