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Vol. 42. Issue S2.
Pages 89-90 (November 2020)
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TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR RIFAMPICINA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
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M.C. Caleffia, E.T. Takakuraa, L.Y. Takahashia, B.C. Santosb
a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil
b Hospital do Câncer de Maringá, Maringá, PR, Brasil
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Paciente MAS, 42 anos, sexo masculino, branco, proveniente do município de Maringá-PR, deu entrada na sala de emergência do Hospital Universitário Regional de Maringá após ter sido vítima de múltiplos ferimentos de arma branca cervical e torácicos, com lesão venosa de subclávia e jugular direitas. No primeiro atendimento, apresentou instabilidade hemodinâmica por choque hemorrágico secundário à hemopneumotorax a direita, necessitando intubação orotraqueal e suporte hemodinâmico. Tomografia computadorizada de tórax para avaliação do trauma evidenciou achados de granulomas caseosos e cavernas pulmonares em ápice direito, compatível com diagnóstico de tuberculose, confirmado pelo teste rápido, e então iniciado o tratamento com esquema RIPE. Foi submetido imediatamente a toracotomia e cervicotomia exploradoras, que evidenciaram laceração pulmonar de segmento de lobo superior direito, laceração de jugular interna direita, subclávia direita e ducto torácico. Após procedimento, paciente foi encaminhado para leito de terapia intensiva. No 8°dia de internação hospitalar (DIH), houve necessidade de decorticação pulmonar por complicações do derrame pleural. Após, iniciou desmame ventilatório e estabilidade clínica, possibilitando alta para enfermaria no 14° DIH, aos cuidados da clínica médica. No 8° DIH, após controle dos sangramentos e boa recuperação cirúrgica, paciente iniciou uso de heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose profilática, que foi substituída pela heparina não fracionada (HNF), também em dose profilática, no 15°dia de internação (protocolo do setor). Após a mudança, paciente apresentou queda de 490.000 para 146.000 plaquetas em dois dias. No 18° DIH, observada plaquetopenia grave de 4.000 e sangramento cutâneo-mucoso leve, suspeitou-se de trombocitopenia induzida por heparina e optado pela suspensão, além da transfusão de 8 bolsas de concentrado de plaquetas. No 19° DIH, após 24hda transfusão, as plaquetas foram para 1000, caracterizando refratariedade plaquetária. Como paciente apresentava sintomas leves, optado por controle local dos sangramentos e suspensão das transfusões profiláticas. Solicitada avaliação da hematologia e discutido com equipe da farmácia que orientaram suspender rifampicina devido possível efeito adverso de trombocitopenia. Um dia após suspensão do esquema RIPE, houve aumento de plaquetas para 88.000 e, nos 3 dias subsequentes, houve normalização do quadro com contagem de plaquetas de 178.000, 226.000 e 292.000, respectivamente. Diante da resolução do quadro, foi feito novo teste de reintrodução do RIPE, com nova queda de plaquetas para 1.000, necessitando suspensão definitiva da rifampicina. Após 3 dias da suspensão, paciente apresentava exame de controle com 202.000 plaquetas. Evoluiu com melhora clínica e laboratorial, recebendo alta hospitalar após quatro dias da normalização do quadro hematológico, com seguimento ambulatorial da equipe da infectologia, que optou por introduzir esquema alternativo (levofloxacino+IPE), não havendo novos episódios de plaquetopenia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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