Objetivos: Identificar a relação entre a trombocitopenia e a infecção pelo vírus HIV. Introdução: O hematologista recebe frequentemente pacientes que são encaminhados por alterações no hemograma (anemia, leucopenia e trombocitopenia), muitas vezes como achado laboratorial. A trombocitopenia, condição hematológica em que o número de plaquetas no sangue está abaixo de 140.000/mm3 é responsável por parte desses atendimentos. Tal alteração hematológica pode ser decorrente da diminuição da produção de plaquetas, do aumento da destruição, por consumo ou ainda sequestro dessas células. Entre as causas da diminuição na produção estão deficiência de ácido fólico, da vitamina B12; drogas; câncer, leucemias agudas, radiação; anemia aplástica; síndromes mielodisplásicas; infecção por HIV, entre outras causas. São causas do aumento na destruição a púrpura trombocitopênica imunológica em doenças autoimunes, em doenças linfoproliferativas, na infecção pelo HIV, dengue, drogas como a heparina e púrpura pós-transfusional. O consumo tem como causas a coagulação intravascular disseminada e a púrpura trombocitopênica trombótica por exemplo. A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) é a manifestação clínica avançada decorrente de um quadro de imunodeficiência causado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV - human immunodeficiency virus). Em pacientes com SIDA, a trombocitopenia pode ser decorrente de três mecanismos. Pode ocorrer uma agressão direta das células precursoras da medula óssea pelo vírus, uma trombocitopenia imunológica pela presença de anticorpos contra o vírus que reagem contra as plaquetas (destruídas no baço) e ainda por toxicidade das drogas antirretrovirais. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 31 anos, com diagnóstico de SIDA desde junho de 2019. Encaminhado para a Hematologia por apresentar trombocitopenia mesmo antes de iniciar o tratamento com a terapia antirretroviral. Histórico de hepatite viral há 10 anos, mas sem nenhuma outra comorbidade. Em julho de 2019 apresentava carga viral de 9268 cópias e contagem plaquetária de 28.000/mm3. Iniciada terapia antirretroviral (TARV) com 3TC, TDF e DTG. O paciente recebeu o tratamento com a TARV por 9 meses, e em abril de 2020, sem nenhum tratamento específico para a trombocitopenia, já apresentava contagem plaquetária normal, ou seja, 141.000/mm3. Tal melhora se correlacionou claramente com a redução da carga viral que nesse momento era de apenas 40 cópias. As hipóteses iniciais para a trombocitopenia eram toxicidade do vírus sobre a medula óssea ou uma trombocitopenia imunológica desencadeada pelo HIV. Conclusão: A suspeita de que a trombocitopenia estava sendo causada pela infecção pelo vírus (HIV) foi confirmada com a normalização da contagem plaquetária concomitante à redução da carga viral. As demais possibilidades causais para a trombocitopenia foram de autoimunidade, descartada pois melhorou sem imunossupressão, e o uso da TARV, também descartada pois tal terapia foi iniciada depois da ocorrência da trombocitopenia. Portanto, a agressão da medula óssea pelo HIV foi o que causou a trombocitopenia nesse caso.
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