O clínico se depara com a distinção entre as muitas causas possíveis de trombocitopenia. Iremos descrever um caso trombocitopenia grave (contagem de plaquetas abaixo de um limite de aproximadamente 30.000 a 50.000/microL) o que confere um maior risco de sangrameto, secundário a um caso de dengue.

Paciente feminina, 57 anos, nascida e residente no bairro dos Noivos, na cidade de Teresina-Piaui. Quatro dias que antecederam a internação teve febre, cefaleia, dor retro-ocular, tontura e náuseas. Há 24 horas surgiu sangramento nasal e manchas puntiformes avermelhadas nos membros inferiores. Relato de surto de dengue no bairro onde reside Na internação apresentava estado geral regular, corada, afebril, acianótica, anictérica, com presença de exantema maculopapular difuso, face, tórax, abdome e membros. Presença de petéquias em membros inferiores. Ausência de adenopatias ou organomegalias. O hemograma mostrou: hemoglobina de 14,8 g/dl hematócrito 44,5% leucócitos 3550 1% bastões,38% segmentados, 2% eosinófilos, 1% basófilos, 50 % de linfócitos 8% monócitos plaquetas 38.000 mm3, aspartato amino transferase (AST) 82 U/L, alanina aminotransferase (ALT) 49 U/L. Sorologia para dengue positiva para IgM IgGe. Paciente foi submetida a hidratação venosa e uso de paracetamol.

Suspeitar da doença quando surgir febre entre 2 a 7 dias e duas ou mais da seguintes manifestações:náusea, vômitos, exantema, mialgias e ou artralgia, cefaleia e /ou dor retrorbital, pétequias, prova do laço positiva e leucopenia em qualquer pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para região onde esteja ocorrendo transmissão de dengue. Leucopenia e trombocitopenia (≤ 100.000 células/mm3) são comuns. Os níveis séricos de aspartato transaminase (AST) estão frequentemente elevados; as elevações são geralmente modestas (2 a 5 vezes o limite superior dos valores normais). O diagnóstico laboratorial da infecção por dengue é estabelecido diretamente pela detecção de componentes virais no soro ou indiretamente por sorologia.