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Vol. 43. Issue S1.
Pages S183 (October 2021)
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TRATAMENTO COM A PROTEÍNA RECOMBINANTE SLIT2 RETARDA O PROCESSO DE LEUCEMOGÊNESE DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA IN VIVO
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LAA Simões, I Weinhaüser, DAP Martins, CAO Rojas, TM Bianco, RCC Medeiros, EM Rego
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Evidências recentes sugerem que a via SLIT-ROBO não possui papel apenas em processos fisiológicos, mas também na progressão do câncer, de modo que dependendo do tipo de neoplasia, o eixo SLIT -ROBO pode apresentar perfil de genes supressores de tumor, em que quando isso ocorre a região promotora de SLIT2 encontra-se frequentemente hipermetilada ou como oncogenes, no qual sua alta expressão está frequentemente associada a um pior prognóstico. No contexto da leucemia mieloide aguda (LMA), a baixa expressão de SLIT2 foi associada à uma menor sobrevida global (OS) (Golos et al., 2019), no entanto o papel funcional de SLIT2 em doenças hematológicas malignas permanece desconhecido. Recentemente, nosso grupo mostrou que o knockdown de SLIT2 foi capaz de aumentar a proliferação celular de células de leucemia promielocítica aguda (APL), resultando em doença mais agressiva no modelo de APL in vivo.

Objetivo

Estudar o papel funcional da SLIT2 em uma doença heterogênea, como a LMA.

Resultados

Usando conjuntos de dados disponíveis publicamente. (GSE58477, blastos de cariótipo normal: 62, CD34+ saudável: 10; GSE63409, LSC: 14, HSC: 5) detectamos níveis de aumentados de metilação no sítio promotor de SLIT2 em células de LMA em comparação com células CD34+ saudáveis, sugerindo funções supressoras de tumor de SLIT2 (p < 0,05). Em seguida, analisamos a concentração de SLIT2 no plasma da medula óssa (MO) de pacientes de LMA por ELISA, e observamos que o nível plasmáticos de SLIT2 foi significativamente menor em pacientes com LMA em comparação com doadores saudáveis (p < 0,05). Para avaliar o papel biológico de SLIT2, tratamos diferentes linhagens de células de LMA (KASUMI1, MV4-11 e MOLM13, as últimas duas não apresentam a expressão dos receptores canônicos de SLIT2) com SLIT2 recombinante (50 ng/mL) in vitro. A administração de SLIT2 reduziu a proliferação celular e a capacidade de formação de colônias dessas células, com retenção do ciclo celular na fase G1 (p < 0,0001). Por outro lado, o knockdown SLIT2 em células THP-1 e OCI-AML3 aumentou as taxas de proliferação dessas linhagens. Em seguida, determinamos se o tratamento com SLIT2 poderia atrasar a leucemogênese in vivo. Para isso, células de LMA MV4-11 expressando luciferase foram transplantadas em camundongos NSG-SGM3, de modo que os animais foram, em seguida, tratados por sete dias com 25 ng/g de SLIT2 recombinante ou com o veículo (grupo de controle). A progressão da doença foi monitorada pelo sistema de imagem in vivo IVIS. Observamos então que a terapia com SLIT2 resultou em menor carga tumoral da doença, levou à diminuição da infiltração leucêmica na MO e no baço, resultando assim no aumento da sobrevida global dos animais tratados em comparação com o grupo controle (p < 0,05).

Conclusão

Em conclusão, mostramos que a metilação de SLIT2 é recorrente em pacientes com LMA e que o nível de SLIT2 no plasma de pacientes com LMA é reduzido. Além disso, o tratamento com SLIT2 parece ter um efeito citostático em diferentes linhas de células de LMA e atrasa a leucemogênese in vivo, mesmo em linhagens de LMA que não apresentam a expressão de seus receptores canônicos, propondo assim uma via alternativa à qual os efeitos desse peptídeo podem estar sendo mediados. Nosso estudo revela o potencial terapêutico do SLIT2 em neoplasias hematológicas, podendo ser utilizado como coadjuvante na clínica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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