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Vol. 43. Issue S1.
Pages S332 (October 2021)
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TRANSFUSÃO DE UNIDADES KNA (+) EM PACIENTE COM ANTI-KNA, E UMA REVISÃO DA LITERATURA
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M Valvasori, EP Araújo, GM Cruz, KPP Marques, MC Moraes, MAS Costa, R Lamenha, RCB Soares
Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia - Grupo GSH, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

Aprendemos muito com o passar dos anos sobre o sistema Knops e sua relação com o termo “alto título e baixa avidez” (HTLA). Este termo foi usado para descrever anticorpos de uma variedade de antígenos, incluído o sistema Knops, os anticorpos desse sistema mostram frequentemente reações frágeis e se soltam com facilidade. Os nove antígenos e os três pares de antígenos antitéticos do sistema Knops estão localizados na glicoproteína do complemento do receptor 1 (CR1 ou CD35). Os antígenos Kna; McCa; Sl1 e Yka são de prevalência alta na população. O anti-Kna foi descrito, em uma mulher, que possuía em seu soro um anti-K e um anticorpo não identificado reativo em antiglobulina humana. O Transfusionista Helgeson encontrou uma compatibilidade com o sistema Knops. Sendo mais tarde esse fenótipo conhecido como “null” para o sistema de grupo sanguíneo Knops. York (a+) foi o segundo antígeno de alta incidência descoberto, alguns anos mais tarde Moulds et al., descreveu o antígeno McCa. E finalmente o Sla (chamado de SI1) e o Vil (chamado de SI2) foram descobertos. Em 1991 dois grupos identificaram a proteína CR1 como carreadora do sistema Knops e o fenótipo Null (Helgeson) passou a ser um fenótipo que apresenta uma baixa expressão dos antígenos, devido ao baixo número de cópias de CR1 em sua membrana. Demonstrou-se também o envolvimento da expressão de CR1 como um fator importante para infecção pelo Plasmódio Falciparum. Os antígenos do sistema Knops, são resistentes ao tratamento com papaína e ficina, os antígenos Kna, McCa e Yka são destruídos ao tratamento com tripsina e quimiotripsina e são destruídos ou enfraquecidos pelo tratamento com DTT e AET. Os anticorpos possuem características que dificultam sua especificidade. São da classe IgG, não fixam complemento e não causam reação hemolítica e doença hemolítica do recém-nascido.

Método

Paciente admitida com solicitação de 02 unidades de concentrados de hemácias, os testes pré- transfusionais apresentaram a pesquisa de anticorpos irregulares positiva e o painel de hemácias com reatividades de W a 2+ em todas as células do painel pela técnica em gel teste Liss/Coombs e com painel papaínizado. O teste da antiglobulina Humana (TAD) e autoanticorpo foi negativa pela técnica em Gel. O painel de hemácias da Immucor Gama em tubo, mostraram reações W e negativas. Realizamos um painel selecionado com hemácias de nossa hemateca e a fenotipagem para alguns antígenos raros utilizando a Soroteca. Obtivemos duas reações negativas em gel teste com as hemácias: Kn (a-); McC (a-); Sl (a-) e Kn (a-); Yk (a-); McC (a-), passamos também uma hemácia Fy (a-b-) que é Yk (a+) e Sl (a+) e a reação foi negativa. E duas hemácias McC (a+) Kn (a-) e Yk (a+) Kn (a-), ambas foram negativas. As provas de compatibilidade foram todas positivas com reações de W a 1+.

Discussão

Duas bolsas foram liberadas para transfusão, e não houve reação transfusional, acompanhamos a paciente até o final de sua internação e não observamos nenhum tipo de reação tardia. Houve o incremento transfusional esperado.

Conclusão

Os anticorpos do sistema Knops não possuem significado clínico, podendo ser ignorados para transfusão de sangue. Cuidados devem ser tomados, pois é comum a presença de outros aloanticorpos. Embora sejam de difícil detecção, existe a necessidade de sua identificação pelos laboratórios de imuno-hematologia com os recursos para a resolução dos casos mais complexos ou utilizar laboratórios parceiros para auxiliá-los.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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