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Vol. 43. Issue S1.
Pages S354 (October 2021)
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TELEMEDICINA EM BANCO DE SANGUE: UMA EXPERIÊNCIA COM TRIAGEM CLÍNICA DE DOADOR DE SANGUE POR TELEMEDICINA
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ML Savioli, AM Sakashita, ANF Cipolletta, RCTC Brandão, APD Santos, RP Pastana, M Sato, AL Morais, E Cordioli, JM Kutner
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

A pandemia mundial causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) teve impacto importante nos serviços de hemoterapia. O início da pandemia levou a diminuição tanto da demanda transfusional quanto do total de doações de sangue. Entretanto, a manutenção de estoque adequado de hemocomponentes tornou-se crítica quando o aumento no total de unidades transfundidas não ocorreu também no número de doações de sangue. A percepção de risco potencial de contaminação pela COVID-19 levou a uma queda significativa nas doações de sangue. A pandemia teve papel crucial no crescimento exponencial da telemedicina, com o sancionamento, em caráter emergencial, de novas leis regulatórias e expansão das áreas de atuação. No Brasil, a triagem clínica do candidato a doação de sangue é feita de forma presencial, face-a-face. Historicamente, o índice de inaptidão clínica no nosso serviço varia de 18% a 23%. A entrevista feita a distância (teletriagem) evitaria o deslocamento do doador com inaptidão clínica até o banco de sangue. A teletriagem, além de ser uma conveniência bem-vinda ao doador, traz a possibilidade de diminuir o tempo de sua permanência no banco de sangue.

Objetivos

Avaliar a viabilidade do uso da teletriagem (triagem por telemedicina) como alternativa a triagem presencial na seleção de doadores de sangue.

Materiais e métodos

A data e o horário do atendimento virtual por videoconferência foram agendados pelo candidato a doação e ele foi orientado sobre a necessidade de estar em local com privacidade durante a entrevista clínica. O questionário foi aplicado pelo profissional do banco de sangue também num local com privacidade. O candidato com inaptidão clínica não necessitaria comparecer ao banco de sangue e o candidato apto deveria realizar a sua doação até 7 dias após a teletriagem. No dia da doação, um questionário clínico reduzido foi aplicado, além da aferição dos sinais vitais e determinação do nível de hemoglobina para confirmar a aptidão para a doação.

Resultados

Um total de 288 agendamentos para teletriagem foi feito de junho de 2020 a julho de 2021, sendo 153 candidatos a doação de sangue (ST) e 135 a doação de plaquetas por aférese (PQA). A teletriagem não foi realizada por problemas técnicos (áudio ou vídeo) ou ausência de 35 (12%) candidatos. Ao término da triagem clínica, 213/253 (84%) candidatos foram considerados aptos e 40/253 (16%) inaptos a doação. Neste último grupo, 36 eram candidatos a doação de ST e 4 de PQA. Dentre os 213 candidatos aptos pela teletriagem, 190 (89%) compareceram ao banco de sangue e 184 realizaram a doação. O tempo na triagem clínica no dia da doação teve redução de 36% para o doador de ST e 42% para PQA. A experiência com a teletriagem foi considerada positiva e seria indicada por 90% dos participantes.

Discussão

O índice de inaptidão entre os candidatos aprovados na teletriagem foi baixo, 6/190 (3%) quando comparado ao índice de 18–23% observado no nosso serviço com a triagem presencial. Portanto, a teletriagem se mostrou eficaz em identificar candidatos com inaptidão clínica e evitar o seu deslocamento até o banco de sangue. Além disso, houve redução no tempo de triagem clínica presencial, o que contribuiu para diminuir o tempo total de permanência do doador no banco de sangue. A taxa de não comparecimento dos candidatos considerados aptos na teletriagem foi de 11% e representa uma oportunidade de melhorar a conscientização do candidato à doação.

Conclusão

A teletriagem pode ser uma alternativa viável e uma conveniência bem vinda ao candidato a doação para evitar deslocamento desnecessário e reduzir o tempo de permanência do doador no banco de sangue.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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