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Vol. 43. Issue S1.
Pages S405 (October 2021)
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SUPORTE TRANSFUSIONAL AO TRANSPLANTE HEPÁTICO
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SL Castilho, T Vicente, R Ribeiro, L Dalmazzo
Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia - Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

O transplante (TX) hepático é o tratamento para pacientes com doença hepática severa e terminal. É um procedimento cirúrgico complexo com risco de sangramento importante. A evolução das técnicas cirúrgicas e das ferramentas para controle da hemostasia vêm contribuindo para a redução do uso de hemocomponentes. O conhecimento da necessidade de hemocomponentes nas intervenções cirúrgicas é fundamental para que a Agência Transfusional (AT) ofereça um suporte transfusional rápido e seguro. Este trabalho visa avaliar o uso de hemocomponentes no TX hepático para o planejamento das reservas cirúrgicas.

Material e métodos

Foi realizado um estudo observacional e retrospectivo. Foi verificado o histórico transfusional de 82 pacientes submetidos ao TX hepático no período de 01/2019 a 07/2021. As informações foram obtidas no banco de dados do software de gerenciamento da AT. Foi calculado o Índice de Pacientes Transfundidos (IPT) e a média de transfusões por paciente.

Resultados

Dos 82 pacientes, 60 (73%) eram do sexo masculino e 22 (27%) do sexo feminino. Quanto ao grupo sanguíneo ABO, 35 (42,68%) pacientes eram do grupo O, 33 (40,24%) do grupo A, 13 (15,85%) grupo B e 1 (1,21%) do grupo AB. Dos 82 pacientes 21 receberam hemocomponentes nas 24h a partir do início da cirurgia. Destes 18 receberam apenas Concentrado de Hemácias (CH), 2 exclusivamente Concentrado de Plaquetas (CP) e 1 recebeu CH e CP. O número de CH transfundidos foi 96 (1 – 26) sendo a média por paciente de 5. Em 13 pacientes foi realizada a recuperação intraoperatória de sangue e processados 35616 mL de sangue total e reinfundidos 6307 mL de CH autólogo. Dos 13 pacientes 2 receberam 10 CH alogênicos com média de 5 CH por paciente. Dos 69 pacientes sem realização da recuperação intraoperatória de sangue, 17 receberam 86 CH alogênicos com média de 5 CH por paciente.

Discussão

O IPT é um indicador eficiente da necessidade de hemocomponentes em cirurgias eletivas. Ele é calculado dividindo o número de pacientes transfundidos pelo número de pacientes operados multiplicado por 100. Quando IPT está entre 1 e 10%, recomenda-se que seja realizada apenas a tipagem sanguínea ABO e RhD e a pesquisa de anticorpos irregulares (PAI), quando é maior que 10%, recomenda-se a reserva cirúrgica e o número de unidades compatibilizadas deve corresponder à média de hemocomponentes utilizados. Considerando todos os pacientes, o IPT em relação ao CH é de 23% e em relação ao CP, 3,6%. Nas cirurgias em que não foi utilizada a salvadora de células o IPT é de 24,63% e nas cirurgias em que foi utilizada a salvadora de células é 15,38%. Ao aplicarmos o teste exato de Fisher com nível de significância de 0,05 seu valor é 0.7224. Este resultado demonstra que não existe diferença significativa no uso de hemocomponentes nas cirurgias com e sem utilização da salvadora de células (p > 0,05). Também não houve diferença na média de transfusão por paciente nos 2 grupos.

Conclusão

Os resultados apontam que para cirurgias de TX hepático está indicado a reserva de CH realizando ou não a recuperação intraoperatória de sangue (IPT > 10). O número de CH a ser reservado deve ser 5. Não há indicação para reserva de plaquetas ou plasma. O uso da recuperação intraoperatória de sangue deveria reduzir a utilização de CH, no entanto isto não foi observado neste trabalho.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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