Journal Information
Vol. 43. Issue S1.
Pages S59 (October 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 43. Issue S1.
Pages S59 (October 2021)
Open Access
RELATO DE CASO DE SINCRONISMO ENTRE DOENÇA DE HODGKIN PREDOMÍNIO LINFOCITÁRIO NODULAR E ADENOCARCINOMA GÁSTRICO
Visits
1239
MCG Silvaa, MP Césara, VMA Bandeiraa, JO Vieiraa, ACC Lopesa, AQMS Arouchaa, MFH Costaa,b
a Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
b Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 43. Issue S1
More info
Objetivo

Descrever caso clínico raro e revisar em literatura sincronismo de paciente com linfoma de Hodgkin (LH) predomínio linfocitário nodular sincrônico a adenocarcinoma gástrico.

Material e método

Após obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido do paciente, foi realizada de coleta de dados clínicos e laboratoriais em prontuário, com revisão de literatura em base de dados (PubMed, Lilacs, Scielo), utilizando os seguintes descritores: Linfoma de Hodgkin; Neoplasias Gástricas; Associação.

Resultado

Sexo masculino, 60 anos, hipertenso, com boa performance clínica, até março de 2020 com relato de êmese, distensão abdominal pós alimentar e perda ponderal de 10 kg em 5 meses. Realizado endoscopia digestiva alta com histologia de carcinoma gástrico invasivo tipo células em anel de sinete ulcerado com infiltração até subserosa e sem acometimento linfonodal (T3N0M0), submetido a gastrectomia subtotal, e avaliação de 19 linfonodos regionais. Contudo, incidentalmente no linfonodo pericoledociano, foram encontradas células linfóides atípicas semelhantes às células de Reed-Stenberg compatíveis com LH, subtipo predomínio linfocitário nodular com CD 30 e CD 15 negativos e CD 20 e PAX-5 positivos. No PET-CT de estadiamento, houve captação em cadeias supra e infra-diafragmáticas e acometimento ósseo difuso (SUV máximo de 15.2 em vértebra L1), caracterizando metástases nodais e ósseas. Biópsia da lesão esternal e da medula óssea sem infiltração por células neoplásicas. A proposta quimioterápica utilizada foi R-CHOP, Após 4 ciclos de quimioterapia, fez PET-CT ínterim que mostrou resposta parcial, com metabolismo glicolítico em a área focal no hemicorpo direito de vértebra L1 (SUV 11,2). Completou 6 ciclos de quimioterapia e, segue estável, em acompanhamento conjunto com a oncologia clínica, estando até o momento sem neoplasia gástrica em atividade e radioterapia de lesão residual em L1.

Discussão

O LH raramente é diagnosticado com tumores sólidos,1. São escassos os relatos na literatura de sincronismo do câncer gástrico com doenças linfoproliferativas, e, quando existentes, costumam tratar-se do envolvimento sincrônico com o linfoma não-Hodgkin, especialmente o linfoma MALT gástrico, sendo o envolvimento com o LH bastante incomum. Frente a um aumento do linfonodo local ou lesões a distância em um paciente com câncer gástrico comumente infere-se que seja por metástase, podendo ocorrer a omissão de biópsias adicionais, subdiagnosticando a doença linfoproliferativa primária. Elas são de difícil tratamento, podendo envolver ressecção cirúrgica curativa, radioterapia e/ou quimioterapia. Devido à raridade do câncer gástrico em sincronia com linfomas nodais, não existe consenso a despeito do manejo ideal desses pacientes. Neste caso optou-se pela ressecção cirúrgica curativa da neoplasia gástrica, tendo em vista o estadiamento do tumor gástrico e a obtenção de margens cirúrgicas livres, seguido de quimioimunoterapia para o tratamento da doença linfoproliferativa.

Conclusão

Segundas neoplasias podem ser encontradas simultaneamente em pacientes com diagnóstico de câncer e o tratamento deve ser individualizado, conforme o subtipo histológico e a clínica do paciente.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools