Journal Information
Vol. 43. Issue S1.
Pages S299 (October 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 43. Issue S1.
Pages S299 (October 2021)
Open Access
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA NA ADOLESCÊNCIA: REMISSÃO COMPLETA APÓS TRATAMENTO COM PLASMAFÉRESE E RITUXIMAB
Visits
1318
BBL Alvarenga, GL Arca, E Manzo, JO Guerra, C Guidugli, MA Mauad, DMSLE Silva, M Higashi, ER Mattos, LBP Moreira
Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 43. Issue S1
More info
Introdução

A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma síndrome hemorrágica grave e rara na pediatria, caracterizada por anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia e oclusão microvascular. Comprometimento neurológico e renal podem ou não estar associados. Essa patologia está relacionada à presença de trombos ricos em plaquetas e fator de von Willebrand na microvasculatura e, na maioria das vezes, associada a deficiência funcional grave da ADAMTS13, uma metaloprotease plasmática clivadora do fator de von Willebrand. A taxa de mortalidade é de aproximadamente 20% e o manejo inicial inclui plasmaférese e corticoterapia. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente com PTT refratária à plasmaférese e corticoterapia que alcançou remissão da doença após tratamento com rituximab e plasmaférese.

Relato de caso

Paciente, 16 anos, feminina, negra, iniciou quadro clínico com dor abdominal e bicitopenia (hemoglobina (Hb): 5 g/dL; plaquetas (plaq): 30.000/mL). Encaminhada ao serviço de referência em que foi evidenciado Hb: 5 g/dL, plaq: 35.000/mL, reticulócitos: 9,0%, bilirrubina total (BT) aumentada às custas de bilirrubina indireta (BI) (BT: 2,03 mg/dL, BI: 1,15 mg/dL) e desidrogenase láctica (DHL) aumentada (DHL: 1985 U/L). Ausência de alterações neurológicas e renais. Avaliada lâmina do sangue periférico com presença de mais de 5 esquizócitos/campo. Diagnosticado PTT e iniciado corticoterapia com prednisona 1 mg/kg/dia e plasmaférese. No segundo dia de plasmaférese, paciente apresentou confusão mental, realizado tomografia de crânio sem alterações e encaminhada à unidade de terapia intensiva (UTI). Paciente recuperou estado neurológico de base no dia seguinte. No sétimo dia de plasmaférese, os exames mantinham padrão de hemólise e as plaquetas mantinham-se baixas (10.000/mL), então optou-se em iniciar vincristina semanal (2 mg). No 13°dia de plasmaférese, paciente apresentou piora do padrão respiratório com necessidade de intubação orotraqueal e consequente piora do DHL (5182 U/L) e permanência da plaquetopenia (25.000/mL). Devido refratariedade da PTT com plasmaférese (13 dias) e uma dose de vincristina, iniciou-se rituximab semanal (375 mg/m2) associado à plasmaférese diária. Após 14 dias de intubação orotraqueal e 2 doses de rituximab, paciente foi extubada e apresentou melhora laboratorial (hb: 10,8 g/dL plaq: 240.000/mL; DHL: 625 U/L; BT: 0,45 mg/dL). Após 25 procedimentos de plasmaférese e 4 doses de rituximab, paciente alcançou remissão completa da doença e recebeu alta da UTI. Na enfermaria, realizou desmame da corticoterapia gradativamente. Atualmente, paciente permanece em remissão completa da doença há 1 ano e em acompanhamento ambulatorial.

Discussão e conclusão

Embora a plasmaférese terapêutica associada à corticoterapia como tratamento de primeira linha da PTT tenha aumentado a sobrevida dos pacientes, há um subgrupo que não alcança resposta completa sendo considerados refratários (cerca de 10%). Nos casos de pacientes com PTT refratários à plasmaférese, várias terapêuticas vem sendo empregadas a fim de diminuir a morbimortalidade como relatado no caso. Diante de um paciente com hipótese diagnóstica de PTT, torna-se imprescindível o encaminhamento para um centro especializado com disponibilidade de plasmaférese, já que esta terapia reduz a morbimortalidade e altera o prognóstico.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools