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Vol. 43. Issue S1.
Pages S327-S328 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S327-S328 (October 2021)
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PREVALÊNCIA DE ALOANTICORPOS IRREGULARES NA ROTINA MATERNA E A IMPORTÂNCIA DE SUA DETECÇÃO PRECOCE
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F Akil, LP Osorio, MC Mattos, NRS Gomes, MDS Melo, M Valvasori, LFF Dalmazzo
Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia - Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

O atendimento hemoterápico nas maternidades se inicia na coleta da amostra de sangue, seguida pela realização dos exames pré transfusionais e reserva ou transfusão dos hemocomponentes solicitados. A pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) positiva reflete a ocorrência de aloimunização na gestante que, consiste na formação de anticorpos em resposta à exposição do organismo à antígenos não próprios. Esse contato pode ocorrer através de gestações ou transfusões prévias. Uma vez detectado um PAI reativo devemos identificar o anticorpo em questão. Dados recentes da literatura nos mostram que a prevalência dos anticorpos irregulares em gestantes gira em torno de 1% a 2%. Alguns destes anticorpos podem atravessar a barreira placentária e destruir as hemácias fetais/neonatais resultando na chamada doença hemolítica do feto e do recém nato (DHFRN). Dessa forma, o PAI reativo pode implicar tanto  no atraso da obtenção de sangue para o atendimento à gestante, quanto sinalizar uma possível DHFRN.

Material e método

Em nosso Serviço, o protocolo de atendimento à hemorragia puerperal é bem estabelecido. Na admissão, as gestantes são classificadas quanto ao risco hemorrágico em baixo, médio e alto risco. Apenas as classificadas em médio e alto risco são direcionadas à hemoterapia. Nas de médio risco são realizadas a tipagem sanguínea e o PAI e, nas de alto risco acrescentamos a prova cruzada de forma que, o sangue fica disponível para atendimento imediato. Nosso objetivo foi analisar de forma retrospectiva a prevalencia dos anticorpos irregulares nas gestantes e, a ocorrência de DHFRN como desfecho. Revisamos os dados de atendimento às gestantes em nosso Serviço no período de abril/2020 à Junho/2021.

Resultados

No período analisado, ocorreram 12.345 atendimentos obstétricos que envolviam parto vaginal, cesariana, curetagem ou reabordagem cirúrgica. Destas 1093 (8,9%) foram classificadas em médio e alto risco tendo a solicitação de realização dos testes pré transfusionais. Em 26 (2,4%) identificamos o PAI reativo, já excluindo as pacientes com PAI reativo devido uso prévio de imunoglobulina anti-D. Destas eram Rh negativo 14 (53,8%) e Rh positivo 12 (46,2%). O total de aloanticorpos imunes encontrado foi de 35 sendo alguns isolados e outros em associação. Sua prevalência foi: anti-D 34,2% (12), anti-C 17,1% (6), anti-c 8,6% (3), anti-E 8,6% (3), auto anti-e 5,7% (2), anti-K 2,9% (1), anti-Lea 5,7% (2), anti-Leb 5,7% (2), anti-Jka 2,9% (1), anti-M 5,7% (2) e anti-Dia 2,9% (1).

Conclusão

A prevalencia de aloimunizacao de mulheres grávidas em nosso servico foi de 2,4%, sendo o anti-D o anticorpo mais encontrado mesmo com a implementação da Imunoglobulina Rh. Outros anticorpos também foram identificados, mostrando a importância da solicitação do PAI na gestação mesmo nas pacientes Rh positivas. Neste mesmo período, 5 recém-nascidos de mães aloimunizadas necessitaram de atendimento hemoterápico sendo 3 com transfusão simples e 2 com exsanguineo transfusao. Em 100% destes casos o anti-D estava presente sozinho ou associado à algum outro anticorpo.  Não houve nenhum caso de transfusão intra-uterina (TIU). Conhecer a prevalência de anticorpos nas gestantes, inclusive nas com Rh positivo, é fundamental para sensibilizar os obstetras sobre importância da solicitação do PAI durante a gestação. As gestantes reativas devem ser encaminhadas à Hemoterapia para elucidação do anticorpo e monitoramento em conjunto. Essa prática não apenas permite um melhor acompanhamento da gestante durante o pré natal, antevendo a necessidade de TIU quanto também, assegura um atendimento hemoterápico eficaz e seguro no parto já que possibilita a reserva prévia de sangue negativo para os antígenos em questão, tanto para o atendimento materno quando neonatal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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