O presente trabalho tem como objetivo principal expor os benefícios que vêm sendo associados à utilização de anticoagulantes na COVID-19, além de demonstrar a importância de uma maior investigação acerca da utilização desses medicamentos em pacientes infectados, que poderia melhorar cada vez mais a conduta terapêutica da doença.

Foi realizada uma revisão de literatura a partir da análise de 15 artigos publicados entre 2019 e 2021 nas bases de dados SciELO, PubMed e Wiley Online Library. Os descritores utilizados para a busca dos artigos foram “Anticoagulantes”, “COVID-19”e “Trombose”, terminologias de acordo com o sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram aplicados como critérios de inclusão: artigos completos, disponíveis em acesso aberto e publicados no período de 2020 a 2021.

De acordo com a literatura analisada, o uso da heparina parenteral de baixo peso molecular (HBPM) ou da heparina não fracionada (HNF) é indicado em pacientes hospitalizados com COVID-19, apresentando um maior benefício ao paciente caso iniciado na fase pré trombótica. As doses predominantemente sugeridas de acordo com os estudos analisados, são: HBPM 1 mg/kg de 12/12 horas, subcutâneo, para pacientes com clearance de creatinina > 30mL/min; HNF 18 UI/kg/h, intravenoso, para pacientes com clearance de creatinina < 30mL/min. A maior parte dos relatos de caso que associaram a COVID-19 ao uso de anticoagulantes alegam uma menor mortalidade entre os usuários do medicamento.

A COVID-19 vem sendo associada ao aumento do risco de tromboses, visto que a doença se correlaciona com lesões no sistema vascular e com hipercoagulabilidade, componentes da tríade de Virchow. Assim, segundo a literatura, o uso de anticoagulantes em indivíduos hospitalizados com COVID-19 tornou possível associar um melhor prognóstico à maioria dos pacientes, principalmente quando utilizados de forma profilática.

Dessa forma, conclui-se com os achados deste presente estudo que o uso de anticoagulantes na abordagem terapêutica em pacientes com COVID-19 está associado a prognósticos mais favoráveis, em razão dessa doença aumentar o estado pró-coagulatório do indivíduo e causar eventos tromboembólicos. Apesar disso, é necessário mais estudos acerca dos tratamentos disponíveis para a COVID-19 para garantir um maior sucesso terapêutico, por se tratar de uma doença nova.