Objetivo: Definir em coorte retrospectiva índices de incidência e prevalência da recorrência de eventos trombóticos e o impacto de fatores de risco nos mesmos, em especial referente a trombofilias. Métodos: Foram coletados dados de prontuário de 172 pacientes em clínicas privadas do Grande ABC Paulista vinculadas à Oncologia/Hematologia D’or, acima de 18 anos, com histórico de episódio trombótico prévio e/ou a pesquisa de trombofilias hereditárias. Os pacientes foram divididos em grupos: 0- sem evento trombótico; 1- evento trombótico em pós-operatório; 2 - evento trombótico por outro fator de risco transitório; 3- evento sem fator de risco definido; 4 - mais de um evento trombótico. O teste log rank (F) foi usado para análise de incidências cumulativas nos pacientes com trombofilia; o teste T student e teste exato de Fisher foram usados para análises de correlação entre o desfecho e variáveis de risco e de variáveis de distribuição normal e contínua. Resultados: 30% buscou o hematologista por triagem de trombofilias sem histórico pessoal prévio de evento. Nos pacientes com histórico, 37,82% apresentaram mais de um evento. O Odds Ratio de trombofilia em primeiro evento foi de 0,38 (IC 0,16-0,93) e em recorrência de 2,31(IC 0,85-6,25). Dos pacientes com trombofilias, 30% deles apresentaram história familiar positiva e OR para recorrência nesse caso de 0,31 (IC 0,06-1,58). A prevalência de fatores de risco transitórios foi menor em pacientes com recorrência (Grupo 4). Discussão: O baixo OR para trombofilia configura uma distorção dado o enorme número de pacientes encaminhados e acompanhados por alteração ambulatorial isolada. A American Society of Hematology (ASH) recomenda contra a avaliação de trombofilia em pacientes com histórico prévio de TEV em cenário de fatores de risco transitórios. Nossos dados demonstram um perfil um pouco mais assertivo de investigação, com representação comparativamente baixa de pacientes solicitados à avaliação nos grupos 1 e 2, e a maioria nos 3 e 4. Efetivamente, nossos dados demonstram uma prevalência maior de eventos em pacientes com recorrência, em comparação com os demais, o que se reflete no OR para recorrência fortemente positivo. Algo a ser notado é o perfil das trombofilias. Grupos de risco mais elevado começam a ter trombofilias mais bem estabelecidas. Isso deve ser interpretado com cautela, em especial no grupo 1, já que os dados são oriundos do consultório de hematologia, em que pacientes com exames positivos têm maior possibilidade de encaminhamento. Portanto, esses dados não refletem a prevalência real de trombofilia nesses grupos, mas ajudam a entender o perfil das trombofilias por grupo. Conclusão: A triagem para trombofilia deve ser indicada com parcimônia. O conhecimento do perfil do paciente é de grande importância para determinação do risco trombótico, assim como a recorrência de eventos deve receber atenção na avaliação de indicação da triagem.
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