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Vol. 43. Issue S1.
Pages S207 (October 2021)
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NEOPLASIA DE PRÓSTATA E MIELOMA MÚLTIPLO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO E RELATO DE CASO
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MCK Menezesa, E Martineza, J Martinia, G Pedralb
a Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Salvador, BA, Brasil
b Hospital Aristides Maltez (HAM), Salvador, BA, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Homem, 52 anos, portador de neoplasia prostática (Gleason 3 +3) deu entrada no pronto-socorro com quadro de lesão renal aguda, anemia normocrômica e normocítica e relato de fratura patológica. Encaminhado para o Hospital Geral, foi iniciado investigação do quadro. Alguns achados em exames laboratoriais como inversão da relação albumina-globulina e lesões líticas em exame de imagem fizeram os médicos a levantarem um importante diagnóstico diferencial, no contexto de metástase ósseas e neoplasias: o mieloma múltiplo. Diante disso, foi indicado aspirado de medula óssea e imunofetipagem que surpreendentemente teve como resultado principal a presença de 12% de células plasmócitarias com caraterísticas anômalas e clonalidade intracelular para cadeia leve Kappa. Fechado diagnóstico de mieloma, o tratamento inicial foi estabelecido com dexametasona, ciclofosfamida e pamidronato com melhora progressiva dos parâmetros laboratoriais e clínicos sendo encaminhado para acompanhamento ambulatorial em cidade de origem com onco-hematologista e urologista. A neoplasia prostática é uma entidade na qual o osso é um dos principais sítios de metástase assim como o mieloma pode atingir diretamente essa estrutura. Ambas são comuns ao sexo masculino e em pacientes de idade mais avançada, sempre devendo ser levantadas como hipótese diagnóstica em pacientes com anemia, fratura patológica e idade maior que 50 anos. O Mieloma múltiplo (MM) tem na sua fisiopatologia a proliferação clonal de plasmócitos na medula óssea, resultando em produção de imunoglobulinas monoclonais e disfunção orgânica, afetando principalmente esses três tecidos: osso/cartilagem, rim e hematopoiese. Como consequência se têm a hipercalcemia, pancitopenia e a nefropatia por cadeias leves, típica da doença. A presença de dados sugestivos favoreceu, portanto, essa alternativa diagnóstica. A biópsia da médula, nesse contexto, foi fundamental para selar o diagnóstico de MM pois a presença de pelo menos 10% de plasmócitos no anatomopatológico associado as alterações clínicas do paciente confirmaram a hipótese. É uma realidade da prática que o quadro de dor óssea e fratura patológica associada a neoplasia de próstata traz como principal hipótese a metástase óssea. No entanto, devido a semelhantes aspectos clínicos, laboratoriais e de imagem, e a possibilidade de sincronismo com o mieloma, acrescentam desafios para ao diagnóstico. Com o envelhecimento populacional, o tema tornar-se, portanto, relevante para a prática clínica. Mesmo limitado a apenas um relato de caso, o presente estudo pode elevar o índice de suspeita clínica principalmente no sexo masculino, de associação comum, cujo diagnóstico precoce é fundamental para um bom prognóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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