A LLA L3 (ou de células de Burkitt) tem sido definida com forma leucêmica do linfoma de Burkitt na classificação atual da OMS. É uma neoplasia associada à presença do EBV, e recentemente alguns trabalhos têm mostrado que o vírus pode modular expressões fenotípicas e genotípicas diferentes nas células tumorais. Apresentamos um caso da forma leucêmica do linfoma de Burkitt, que apresentou 2 subclones genotipicamente relacionados. Paciente masculino, 49 anos. Trauma torácico há 3 dias sem fratura. Ao exame físico, mucosas descoradas ++ e esplenomegalia (5 cm). LDH 2.669 U, ácido úrico 8,79 mg, Creatinina 1,27. No CT abdominal baço com 180 mm no maior eixo. Índice esplênico 1728 (nl < 480). Ausência de linfonodomegalias. CT de tórax normal. Sorologia para HIV negativa. Hb 7,7 g/L, Leuco 12,4 × 109/L, Blastos 40% Plaquetas 17 × 109/L. Blastos com morfologia de linfoma de Burkitt. Na imunofenotipagem (plataforma de 8 cores – Euroflow) foram detectadas 2 populações linfóides. Uma delas teve fenótipo: CD45 parcial, CD19+, CD20+, CD38+, CD10parcial, CD79b+, CD43parcial, IgM kappa (citoplasma e superfície). Negativa para CD34 e TdT. A outra foi CD45++, CD19++, CD20+, CD38 negativo, CD10negativo, CD79b, CD43 negativo, IgM kappa (superfície). Negativa para CD34 e TdT. A biópsia de medula estava difusamente infiltrada (90%) por células de tamanho médio. Na imunoistoquímca positividade para: CD20, CD79a, CD10, c-Myc, MUM 1, PAX-5, bcl-6, Ki67+ 95%. O paciente em tratamento desde há um mês com boa resposta.
