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Vol. 42. Issue S2.
Pages 158-159 (November 2020)
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INIBIÇÃO FARMACOLÓGICA DE EZRINA REDUZ A VIABILIDADE, A CLONOGENICIDADE E A ATIVAÇÃO DA VIA PI3K/AKT/MTOR EM MODELOS CELULARES DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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J.C.L. Silvaa, J.L. Coelho-Silvab, K. Limaa, H.P. Vicaria, L.V. Costa-Lotufoa, F. Trainab, J.A. Machado-Netoa
a Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
b Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Objetivos: A leucemia mieloide aguda (LMA) é o tipo mais comum de leucemia em adultos e apesar dos grandes avanços no entendimento das bases moleculares da doença, as opções terapêuticas para LMA ainda permanecem muito limitadas, sendo as taxas de sobrevida dos pacientes baixa, devido a grande prevalência de resistência ou recaída aos quimioterápicos utilizados na prática clinica. Recentemente, nosso grupo de pesquisa identificou o gene EZR, que codifica a proteína ezrina, como um marcador independente de prognóstico desfavorável em pacientes com LMA. A ezrina é uma importante proteína associada ao citoesqueleto e que permite a transdução de sinal entre proteínas de membrana e filamentos de actina, e seu papel na transdução da sinalização mediada por FLT3 e KIT já foi reportado. O objetivo do presente estudo foi verificar o impacto da inibição farmacológica de ezrina sobre a viabilidade, crescimento clonal autônomo, apoptose e vias de sinalização em modelos celulares de LMA. Material e métodos: A linhagens celulares leucêmicas MOLM13 (FLT3-ITD) e Kasumi 1 (KITN822K) foram tratadas com concentrações crescentes dos inibidores de ezrina, NSC305787 e NSC668394. A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de MTT, o crescimento de colônias autônomas por cultivo em metilcelulose na ausência de fatores de crescimento, a apoptose pela marcação com anexina-V/iodeto de propídio e citometria de fluxo, e a sinalização celular por Western Blotting. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste ANOVA e pós-teste de Bonferroni e um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: O tratamento com ambos inibidores foi capaz de reduzir significativamente a viabilidade celular de células MOLM13 e Kasumi 1 de forma concentração dependente (todos p < 0,05). O composto NSC305787 apresentou maior potência e eficácia que o NSC668394. Os valores de IC50 para o composto NSC305787 foram de 1,1; 1,1 e 1,1 μM para MOLM13 e 1,5; 1,3 e 1,1 μM para Kasumi 1 nos tempos de tratamento de 24, 48 e 72 horas, respectivamente. O composto NSC668394 apresentou os valores de IC50 de 14; 8,2 e 6,7 μM para MOLM13 e 26, 25 e 23 μM para Kasumi 1 para 24, 48 e 72 horas, respectivamente. A apoptose foi desencadeada forma concentração dependente para ambos os inibidores de EZR nas células MOLM13 e Kasumi 1 (p < 0,05). O tratamento em longo prazo reduziu a clonogenicidade de células MOLM13 e Kasumi 1 de forma concentração dependente (p < 0,05). Em ambas as linhagens celulares, os inibidores reduziram a fosforilação da proteína ribossomal S6 e 4EBP1, ambas efetoras de mTOR e envolvidas com o crescimento celular, e induziram a clivagem de PARP1. Discussão e conclusão: Nossos resultados indicam que os inibidores de ezrina, NSC305787 e NSC668394, apresentam efeitos antileucêmicos: redução da sobrevivência celular e do crescimento clonal autônomo. Ambos os compostos inibiram a ativação da via PI3/AKT/mTOR mesmo na presença das mutações leucemogênicas FLT3-ITD e KITN822K, que sabidamente ativam esta via de forma constitutiva, sugerindo que a ezrina pode atuar com um efetor-chave na transdução de sinais oncogênicos e as vias de sinalização ajusante. Apoio: FAPESP, CAPES e CNPq.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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